quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Quase em 2011...
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
De Lanzarote com Amizade
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
A Propósito de Boas Festas
domingo, 12 de dezembro de 2010
O Pilar de José

segunda-feira, 29 de novembro de 2010
O Associativismo, a Música e o Aniversário

Nós, que celebramos o Cinema em Tavira todas as quintas-feiras, temos porventura o dever moral de recordar que não estamos sozinhos no associativismo. Tavira é desde há muitas décadas, por iniciativa popular, oligárquica ou filantrópica, palco do nascimento e vida de muitas associações de variadas orientações e competências. A 7ª Arte, do ponto de vista associativo, tem o seu lugar consolidado em Tavira, sendo responsável por (e continua a ter o dever da) educação de públicos.
O blog regozija-se por estar visceralmente ligado ao Cineclube de Tavira, que tem a sorte e o privilégio (mas também o mérito) de programar em dois espaços distintos da cidade. O Cine-Teatro, que esperamos continuar a chamar-se António Pinheiro, tem o nome de um grande e fundamental associativista deste país. Ligado ao Teatro, bem entendido, António Pinheiro é responsável pelo lançamento das bases que permitem que hoje os artistas possam ser sindicalizados e acudidos na má sorte, velhice e incapacidade.
Quanto ao outro espaço, o chamado pátio do Convento do Carmo, não podia estar mais ligado à função social. A Cruz Vermelha dispensa apresentações. Mas a Banda Musical de Tavira – e é a ela que o blog dedica esta entrada – merece e deve ser também lembrada. Não só porque é das mais antigas instituições associativas de Tavira, mas também porque transporta consigo um peso e um papel social de considerável relevo.
Social, pois as pessoas ligadas à instituição vivem-na, respiram-na, a ela se dedicam, sem que disso dependa mais do que o “amor à camisola”. Social, pois as sucessivas saídas da Banda, por terras de todo o Concelho e não só, têm o mérito de acompanhar outros tantos eventos que se querem comemorativos, políticos, religiosos, desportivos, lúdicos, numa palavra, justamente, sociais. Social, pois a formação musical é desde sempre – e poderíamos recuar ao que Platão e Aristóteles nos sécs. VI e V a.C. disseram a esse respeito – tão fundamental como muitas vezes imperceptível na formação social, intelectual e humana dos jovens. Acreditem, eles gravitam intensamente em torno da instituição.
Perdoem-me os respeitosos consócios do Cineclube da nossa cidade. Mas há na Banda Musical de Tavira umas quantas lições a tomar para nós próprios e para a nossa jovem instituição de 11 anos de idade.
O blog vem a terreiro assinalar o aniversário da Banda Musical de Tavira que comemora, no próximo dia 1 de Dezembro, a bonita idade de 85 anos. É efeméride mais que suficiente para recordar, celebrar e felicitar os nossos vizinhos de Verão do Convento do Carmo, com os quais coabitamos paredes-meias durante as nossas Mostras de Cinema.
Infelizmente, o aniversário não se realizará da forma como foi pensada. O dia 1 é dedicado aos associados e praticantes, em ambiente de convívio e confraternização. A festa pública, e por motivos que são imprevistos e contrários ao desejo da Direcção, terá lugar no dia 12, Domingo, com o habitual Festival de Bandas na sua edição nº 26. O lugar será o mais indicado ao associativismo. O Cine-Teatro António Pinheiro, pois claro.
LG
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
O Fantasma de Polanski

Filmografia como realizador:
1955-Rower (filme amador)
1957-Usmiech Zebiczny (exercício escolar)
1957-Rozbijemy Zabawe (exercício escolar)
1957-Morderstwo (exercício escolar)
1958-Dwaj Ludzie z Szafa - Dois Homens e um Armário (filme escolar)
1959-Lampa (exercício escolar)
1959-Gdy Spadaja Anioly - Os Anjos Caem do Céu
1961-Le Gros et le Maigre
1962-Ssaki - Mamíferos
1962 -Nóz w Wodzie - A Faca na Água
1964-Les Plus Belles Escroqueries du Monde (sketch "La Rivière de Diamants")
1965-Repulsion - Repulsa
1966-Cul-de-Sac - O Beco
1967-The Fearless Vampire Killers or Pardon Me But Your Teeth Are in My Neck - Por Favor Não Me Mordam o Pescoço
1968-Rosemary's Baby - A Semente do Diabo
1971-Macbeth
1972-What?
1974-Chinatown
1976-Le Locataire - O Inquilino
1979-Tess
1986-Pirates - Piratas
1988-Frantic - Frenético
1992-Bitter Moon - Lua de Mel, Lua de Fel
1994-Death and the Maiden - A Noite da Vingança
1999-The Ninth Gate - A Nona Porta
2002-The Pianist - O Pianista
2007-Chacun son Cinéma (sketch "Cinéma Érotique")
2010-The Ghost Writer
terça-feira, 23 de novembro de 2010
O Cineclube na Estónia

quarta-feira, 8 de setembro de 2010
BBB em Concerto

Boris Buggerov Band, que é completada actualmente por Pauo Machado, Johan Zachrisson e Luís Monteiro, actuam no interior do Quartel da Atalaia, em Tavira, concerto que se tem rodeado de grande expectativa e alguma admiração.
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Fim de Festa 2010

Apesar de ter tido uma assistência inferior à congénere europeia, a Mostra de Agosto contou com um público entusiasta que viu coincidir alguns "trunfos" da programação com outras programações estivais do Município. As caras mais conhecidas não faltaram de forma nenhuma. Quanto ao Município, a sua ausência foi total e totalmente pesarosa para a organização que faz destes eventos, com a teimosia que lhe é reconhecida, o mais importante e significativo evento cultural do chamado "Verão em Tavira".
Quem não arredou pé foi a equipa que se junta ano após ano ao tavirense de Gent. O André Viane anda satisfeito com a equipa que nos últimos anos tem acompanhado o Cineclube (o que muito nos apraz, digamos de passagem com um pedido de desculpas pela vaidade do aparte).
Um grupo que equipou de cor-de-rosa em 2010, que contou com novas e notórias aquisições, que discutiu cinema, que brincou, que riu, que bebeu e comeu, que conviveu e que aprendeu um pouco mais sobre a Sétima Arte. Uma Mostra que contou com muitos cinéfilos de palmo e meio, que contou com algumas surpresas cine-videográficas, que promoveu reencontros de amigos antigos e há muito afastados. Onde se cantaram parabéns com bolo e caipirinhas, com pipocas e cerveja, com aguardente de figo, brownies e as melhores sandes de frango do mundo, e onde até houve confissões. Mas quanto a estas, parece que é segredo. Pelo menos por enquanto...
A festa continua ano fora, todas as 5ªs feiras no Cine-Teatro António Pinheiro.
Bom Cinema!
LG
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Não Europeu, Mostra Nº 6

Na próxima 6ª feira, 6 de Agosto, é tempo de reunir para dar início à 6ª Mostra de Cinema Não Europeu de Tavira, no mesmo e fantástico local do páteo do Convento do Carmo. Mas por favor, que ninguém se assuste: 6ª feira, 6ª Mostra, dia 6. Não se trata de nenhum programa diabólico, até porque o lugar já foi sagrado, e agora é consagrado ao cinema de qualidade.
A abrir o evento, Jason Reitman e George Clooney esperam por todos, numa história que fala tanto de sentimentos como das mudanças que os mesmos podem operar na vida e no interior de cada um de nós.
Fica aqui o programa completo: http://cineclube-tavira.com/site/index.php?option=com_content&task=view&id=23&Itemid=1
sábado, 17 de julho de 2010
Mostra 11, o Arranque
terça-feira, 13 de julho de 2010
A Crise e a Cultura III: A Solidariedade de Gabi

Segundo o site do semanário Sol, Gabriela Canavilhas reconheceu a vitalidade do sector cultural que se uniu em defesa dos seus interesses. No entanto, sublinha que a anulação dos cortes acontece graças a uma posição de solidariedade por parte de todo o Governo, Sócrates e Teixeira dos Santos inclusos. É desta forma que a Cultura se salva, cujos cortes, diz Canavilhas, "estava-me a custar horrores".
Fica por definir se tais horrores seriam causados pela subtracção subsidiária enquanto ministra, ou se, como pianista, ter a perspectiva de vir a tocar piano com menos 10% de teclas, como sugeriu o produtor Paulo Branco a semana passada aos microfones da TSF.
De qualquer forma, do horror à solidariedade, o Governo revela-se um "fixe" face às posições assumidas pelas plataformas de artes com cujos representantes a ministra reuniu ontem. No fim da reunião, Canavilhas fez então o seu bonito na declaração:
"Informo que já não é preciso proceder às reduções e aos cortes no sector cultural, numa medida articulada com o Governo."
Estavam em causa cortes percentuais entre os 10 e os 12,5, a aplicar a organismos cujo Ministério teve, em 2010, a "enorme" fatia do Orçamento Geral do Estado de 0,3%...
Agora, que "tout est bien quand finit bien", fica a pergunta: Quem pagará a solidariedade governamental?...
LG
segunda-feira, 12 de julho de 2010
A Crise e a Cultura II: O Realizador e o Abafador

Realizador
A Crise e a Cultura I: o Manifesto

Transcrevemos o Manifesto, cuja leitura recomendamos.
O sector da Cultura – as actividades culturais e a criação artística em geral – tem vindo a sofrer ao longo dos últimos dez anos, um sistemático desinvestimento por parte do Estado Português. A situação atingiu uma tal degradação, que o próprio Primeiro-Ministro o reconheceu na última campanha eleitoral, comprometendo-se a que na actual legislatura o sector da Cultura seria prioritário e veria o investimento do Estado consideravelmente aumentado: é isso que diz o Programa do Governo. E no entanto, desde o passado dia 18 de Junho, com a publicação do Decreto-Lei nº 72-A/2010 e as medidas que aí são impostas ao Ministério da Cultura - uma cativação geral de 20% e a retenção de 10% nos contratos celebrados e a celebrar - a situação abeira-se da catástrofe. Por isso queremos hoje e aqui reafirmar: 1. Estamos conscientes da crise que o país atravessa, mas há dez anos que o sector da Cultura vive com sucessivos cortes orçamentais, com verbas cada vez mais reduzidas: para a Cultura, a austeridade não está a começar agora, começou há já muitos anos. 2. Os profissionais das actividades culturais e artísticas há muito que fazem sacrifícios para manter a sua actividade e a sua profissão: trabalham com orçamentos cada vez mais escassos, trabalham com contrapartidas cada vez mais reduzidas. 3. Ao contrário do que diz a Senhora Ministra da Cultura, são os próprios profissionais e criadores, que vivem nesta situação, que em larga medida financiam eles próprios a actividade cultural em Portugal. 4. A criação cultural contemporânea portuguesa é uma das actividades que mais projecção internacional tem dado ao país. E internamente, como foi reconhecido num estudo independente, as indústrias culturais têm um peso cada vez mais significativo na economia portuguesa. 5. Os cortes que o Governo agora pretende fazer terão consequências dramáticas para os projectos actualmente em curso, com a sua paralisação e consequente fecho de empresas, estruturas, desemprego entre os trabalhadores sem protecção social, desencorajamento entre os criadores. 6. A falta de comunicação e de informação clara por parte do Ministério da Cultura e das suas Direcções-Gerais sobre a situação agora criada gerou um clima de inquietação e insegurança absolutamente inaceitável. Por isso não podemos hoje deixar de exigir: 1. A revogação imediata do artigo 49º do Decreto-Lei nº 72-A/2010, e da cativação de 20% das verbas do Ministério da Cultura, para a qual é suficiente a vontade política do Primeiro-Ministro. 2. Com a consequente revogação da redução em 10% sobre os contratos em curso ou a realizar durante o corrente ano, bem como do orçamento de Direcções-Gerais e Institutos do Ministério da Cultura directamente relacionados com os apoios à criação. 3. Mas exigimos sobretudo que o Estado Português assuma de forma clara o Direito à Cultura e o investimento na Cultura e nas Artes. 4. E que os profissionais da Cultura sejam encarados e tratados com o respeito que o seu trabalho merece, que se acabe de uma vez por todas com o discurso dos subsídio-dependentes, que se respeitem os criadores e os artistas portugueses.
O Cineclube e a Laranja

segunda-feira, 5 de julho de 2010
Mostra.11

sexta-feira, 18 de junho de 2010
Homenagem

quarta-feira, 9 de junho de 2010
Portugal dos Pequeninos

Portugal Limpo

Pois esse dia não passou. Não, ele deixou marcas, projectos, iniciativas. E uma dessas iniciativas é o concurso de video que, em vários escalões, se subordinam ao tema da limpeza do país.
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Cinema Português 6: Manuel Guimarães

quinta-feira, 27 de maio de 2010
Mudar de Vida

A Cidade, O Campo, O Museu
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Vozes Silenciosas

segunda-feira, 26 de abril de 2010
Indie Highlights

quarta-feira, 14 de abril de 2010
Música, Western e Spaghetti: Ennio Morricone
A distinta sonoridade identifica-o, aliando melódicas notas a um bem conseguido gosto a kitsch que não é vergonha nenhuma. E de entre estas, têm particular expressão os westerns que na nossa vizinha Andaluzia se fizeram em tempos, no chamado Deserto de Almeria. Por ali andaram Clint Eastwood e Lee van Cleef, Eli Wallach e Gian Maria Volonté que, dirigidos por Sergio Leone, reinventaram o género conhecido por Western Spaghetti.
De orçamento muito mais baixo do que os grandiosos westerns de John Ford e companhia, as obras de Sergio Leone têm um lado melancólico, cru, pardacento, de heróis sujos e com barbas de dias, muito mais próximos de uma realidade de quem andou a desbravar as longínquas paragens norte-americanas.
Leone negou aos seus filmes e aos seus heróis o lado colorido e bem escanhoado de John Wayne. Claro que, tal efeito, teria de vir de uma país - Itália - que viu nascer o Neorealismo que conviveu com a guerra, com poucos recursos financeiros e de equipamento, e dos dramas humanos que o fenómeno acarretava.
E no entanto - e por isso mesmo - há um tom de grande poder nos planos de Leone, de energia crua nas suas tramas, magistralmente acompanhados pelas notas musicais de Ennio Morricone. Nascido em Roma em 1928, tem no currículo um impressionante número de bandas sonoras que passa a barreira das 500. Para além das famosíssimas obras para Leone nos filmes A Fistfull of Dollars / Per un Pugno di Dollari, For a Few Dollars More / Per Qualche Dollari in Piu e The Good the Bad and the Ugly / Il Buono, Il Malo e il Cativo; Morricone tem criações como The Mission de Roland Joffé, The Untouchables de Brian de Palma ou Bugsy de Barry Levinson, além de uma grande produção musical nos Estados Unidos bem como em Itália.
Em 2007 recebeu o Óscar Honorário de carreira, e Quentin Tarantino quis fazer dele o compositor para o filme Inglorious Basterds, que recusou por razões de agenda. De resto, os filmes de Tarantino são ricos em peças de Ennio Morricone, sobretudo o díptico Kill Bill.
Para ouvir, The Man With the Harmonica do filme Once Upon a Time in the West / C'era una Volta Il West.
Este último filme, apogeu do Western Spaghetti, obrigatório para qualquer cinéfilo, já foi tentativa de programação do nosso cineclube. mas a Atalanta, distribuidora em Portugal, perdeu uma bobina... Acreditem se quiserem. Ou se puderem.
LG
terça-feira, 13 de abril de 2010
Filmes Suecados

Suecar um filme significa proceder à sua adaptação, a qual tem carácter de exercício rápido e paródico, com poucos ou nenhuns recursos. A "suecada" de Música no Coração ocorreu depois da experiência de Titanic, levada a efeito, também, pela Cinalfama.
A origem do fenómeno dos sweded movies nasceu a partir do filme Be Kind Reward de Michael Gondry. Nele, o protagonista tem a infelicidade de apagar o que está gravado em cassetes do clube de video de um amigo. Os dois decidem então refazer os filmes com a ajuda da população local. Estas novas versões "vinham da Suécia", assim era justificado aos clientes perante a demora da distribuição de cópias. Quanto à distribuição e exibição destes "jogos de sueca", o núcleo de cinema de Alfama - Cinalfama - encarrega-se do circuito, em ambiente de convívio e boa disposição, feito de pessoas que gostam de "brincar aos filmes", ou de experimentar exercícios de pró-cinema ou de representação.
Porque a brincar também se aprende qualquer coisa... às vezes...
LG
(1) Público, 11 de Abril de 2010
terça-feira, 23 de março de 2010
Imperador Kurosawa

Esse fenómmeno de abertura, significativo quanto baste, torna-se mais importante na medida em que foi operado por um realizador japonês, no pós-guerra, poucos anos depois da destruição maciça das cidades de Hiroshima e Nagasaki, graças à mortal criação do senhor Openheimer. Assim, em 1950, o filme Rashomon (As Portas do Inferno) vence no Festival de Veneza e arrebata o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro no ano seguinte, oito anos depois de se estrear na realização, e ao cabo de dez obras assinadas.
De 1954 chega a sua obra-prima absoluta, de entre, no entender de Francis Ford Coppola, oito obras-primas: Sichinin no Samurai, que em português teve a tradução literal de Os Sete Samurais. Seguiram-se filmes como Yojimbo (O Invencível) ou Dersu-Uzala, este já na década de '70.
Foi então que os arautos da brat generation, tornados milionários, entenderam financiar o mestre japonês que, angustiado, estava à beira do suicídio por não conseguir dinheiro para filmar. Falamos de realizadores americanos cujo cinema tem reconhecida influência de Kurosawa: Francis Ford Coppola, Martin Scorsese, George Lucas e Steven Spielberg. É neste ambiente que surgem as obras Kagemusha (A Sombra do Guerreiro), Ran (Os Senhores da Guerra) e Yume (Sonhos de Akira Kurosawa).
Filmes como A Fistfull of Dollars de Sergio Leone, Star Wars de George Lucas ou The Magnificent Seven de John Sturges, têm influência mais ou menos directa de filmes de Kurosawa. Outros realizadores, como Federico Fellini, Andrei Tarkovsky, Takeshi Kitano, Werner Herzog ou mesmo Ingmar Bergman, reconhecem a influência do "Imperador do Cinema".
No dia do seu Centenário, o blog presta homenagem a um grande criador da sétima arte.
LG
Sugata Sanshiro, 1943
Ichiban Utsukushiku, 1944
Zoku Sugata Sanshiro, 1945
Tora no o wo fumu otokotachi, 1945
Asu o tsukuru hitobito, 1946
Waga seishun nu kuinashi, 1946
Subarashiki nichiyobi, 1947
Yoidore Tenshi, 1948
Rashomon, 1950
Shizukanaru ketto, 1949
Nora inu, 1949
Rashomon, 1950
Shubun, 1950
Hakuchi (O Idiota), 1951
Ikiru, 1952
Shichinin no samurai, 1954
Ikimono no kiroku, 1955
Kumo no su-jo (Trono de Sangue), 1956
Donzoko, 1957
Kakukshi toride no san akunin, 1958
Warui yatsu hodo yoku nemuru, 1960
Yojimbo, 1961
Tsubaki Sanjuro, 1962
Tengoku to jigoku, 1963
Akahige, 1965
Dodesukaden, 1970
Dersu Uzala, 1974
Kagemusha, 1980
Ran, 1985
Yume, 1990
Hachigatsu no kyoshikyoku (Rapsódia em Agosto), 1991
Madadayo (Ainda Não!), 1993
segunda-feira, 8 de março de 2010
Os Oscares e o Dia do Sexo "Fraco"

O grande favorito Avatar ficou-se por algumas categorias técnicas, enquanto o filme de Bigelow - de orçamento muito mais baixo - conquistou prémios técnicos, mas também de argumento, realização e de filme do ano. É a primeira vez que que um Oscar é atribuido a uma realizadora, que nos oferece um filme de guerra que passou despercebido em Portugal, relegando para 2º plano (ou se calhar 3º ou 4º) o ex-marido James Cameron.
A estatueta de Hollywood, diz a lenda, foi baptizada por uma mulher. A secretária da Academia terá dito acerca do prémio desenhado pelo director artístico Cedric Gibbons, que se pareceria com o seu tio Óscar. A história não é pacífica, uma vez que também Bette Davis reclamava a autoria, sugerindo as semelhanças entre o Oscar-estatueta e o Oscar-marido. Seja como for, será sempre nome da autoria de uma mulher, embora tenha sido Walt Disney o primeiro a chamar Oscar ao galardão, em público e pela primeira vez.
Com o Oscar de Kathryn Bigelow (aliás dois, Realização e Filme), o Oscar para a Realização chegou finalmente ao género feminino, isto na própria noite (entre nós) que anunciava o Dia da Mulher, hoje, dia 8 de Março, numa bonita coincidência cinematográfica. Parabéns pois, a todas as mulheres, que pelo cinema andem, ou que dele gostem, ou que pura e simplesmente gostem do que mostra o cinema: a Vida.
Quanto aos Oscares e por este ano, "That´s All Folks!" E para quem quiser, encontra aqui a lista de premiados: http://www.oscars.org/awards/academyawards/82/nominees.html
quinta-feira, 4 de março de 2010
Tavira: O Cinematógrafo e a electricidade
Sabe-se da existência de dois locais que se sucederam em Tavira e pertencentes aos mesmos donos neste tipo de espectáculo: Largo da Alagoa e, logo depois, final da Rua 1º de Maio. De resto, a própria gerência nos diz o nome da empresa: Salão 1º de Maio, salão em forma de barracão, e muita sorte para a cidade pois, muitos deles não passavam de lona, ao sabor das vontades dos ventos, da chuvas e das elevadas temperaturas estivais.
Fica a transcrição integral respeitando a grafia original.
LG
«Exmo. Sr. Presidente e mais membros da Comissão Executiva do Concelho de Tavira. Nós abaixo assinados proprietários do Animatographo “Salão 1º de Maio” desejando aproveitar-nos da energia eléctrica pública para iluminação do referido animatographo e aparelho de projecção, vimos rogar a VExas se dignem dizer-nos se nol-a podem fornecer afim de, com a máxima urgência, podermos proceder à nova instalação.
Saúde e Fraternidade
Tavira 24 de Outubro de 1917
João Baptista Carvalho
José Viegas Mansinho»
FONTE: Arquivo Histórico Municipal, Correspondência Geral Recebida, PASTA A248
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Alice, por Tim Burton

Berlinale 2010: Ende und Metropolis

O prémio de Melhor Actor foi atribuído ex-aequo aos actores russos Grigori Dobrigin e Sergei Puskepalis. São os protagonistas de How I Ended This Summer de Alexei Popogrebski, isolados numa estação meteorológica do Árctico, filme de características semelhantes ao melhor cinema de Werner Herzog, presidente do júri, a quem o blog já dedicou uma entrada.
O Melhor Realizador foi Roman Polanski, com The Ghost Writer, prémio recebido pelos produtores. Polanski tem grande capital de simpatia por parte da comunidade artística, efeito da sua complexa situação judicial, razão pela qual esteve ausente. O cineasta polaco, comentando o prémio, referiu com humor: “A última vez que fui a um festival de cinema fui preso”, segundo uma citação no jornal Público de 21/2/2010.
A grande notícia do Festival vem, contudo, do passado. Faz mais de oitenta anos desde que Fritz Lang deu ao mundo uma obra-prima chamada Metropolis, realizada em 1927. Há vários anos, a Cinemateca Portuguesa apresentou a mais completa versão conhecida, colaborando intensamente no restauro depois de, nos seus cofres, ter sido encontrado material desaparecido. Em 2008, no entanto, foi descoberta em Buenos Aires a mais próxima versão do original, que no seu tempo, tinha 150 minutos, antes de ganhar a etiqueta de filme maldito e perigoso no parecer da pequenez do 3º Reich.
LG
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Os Pássaros, a Chuva e o Sting

A infelicidade bate à porta da tribo quando o aprendiz de pajé se envolve com a filha do fazendeiro, preocupado este em eliminar a presença nativa que invadiu (ou retomou) uns metros quadrados dos seus terrenos, e que por acaso é casado com uma organizadora de expedições para observação de pássaros. História com potencial? Sim, mas seria preciso uma outra direcção de actores e uma realização segura que conhecesse profundamente a situação dos índios da tribo guarani-kaiowá.
104 minutos que completaram este dia do cineclube, dia esse que pôs termo ao extraordinário efeito da água da chuva a correr pela parede do quadro eléctrico do cine-teatro. Numa altura em que corre a notícia de que talvez – para já é apenas uma possibilidade – o imóvel não vá ser demolido para outro nascer, mas sim reabilitado; a Câmara Municipal dá mostras de se preocupar com o seu património para as artes performativas (ainda bem, pois custou 270 mil contos em moeda antiga) e fez deslocar ao telhado do cine-teatro três técnicos qualificados que sabiamente ajustaram um algeroz…
O episódio permitiu ao blog a visita a áreas normalmente inacessíveis e, para quem por essas coisas se interessa, como nós, ficam imagens de um dos camarins, da teia e do telhado, não de zinco quente nem com gatos como no filme de Richard Brooks (1), mas também sem ninhos nem pássaros, tal como não os há em Birdwatchers, filme italo-brasileiro de 2008 que passou em Tavira numa noite chuvosa.
A propósito de chuva, recordámos entre outros o filme de Mira Nair Monsoon Wedding, que veio à memória debaixo de uma “monção” de música debitada pela banda que tocava “só em inglês”, e onde Gordon “Sting” Summers dominou a actuação. Na falta de cinema, houve pipas de música. Aliás, meias-pipas. Perdoem-nos o parágrafo com que fechamos, pois muito poucos – muito poucos mesmo – podem entender. Mas não resistimos…
LG
(1) Cat On a Hot Thin Roof, Richard Brooks, 1958