quinta-feira, 4 de março de 2010

Tavira: O Cinematógrafo e a electricidade

Descobrimos, por acaso, uma carta de 1917 endereçada à Câmara Municipal de Tavira. Motivo? A utilização de electricidade para espectáculos de cinematógrafo, isto é, as pioneiras projecções cinematográficas em Tavira, antes, muito antes, das nossas aventuras das Mostras de Cinema de Verão, altura em que o André se transforma em "homem da manivela". Manivela, sim, pois foi justamente a electricidade que fez com que terminasse a difícil tarefa da projecção manual.
Sabe-se da existência de dois locais que se sucederam em Tavira e pertencentes aos mesmos donos neste tipo de espectáculo: Largo da Alagoa e, logo depois, final da Rua 1º de Maio. De resto, a própria gerência nos diz o nome da empresa: Salão 1º de Maio, salão em forma de barracão, e muita sorte para a cidade pois, muitos deles não passavam de lona, ao sabor das vontades dos ventos, da chuvas e das elevadas temperaturas estivais.
Fica a transcrição integral respeitando a grafia original.
LG

«Exmo. Sr. Presidente e mais membros da Comissão Executiva do Concelho de Tavira. Nós abaixo assinados proprietários do Animatographo “Salão 1º de Maio” desejando aproveitar-nos da energia eléctrica pública para iluminação do referido animatographo e aparelho de projecção, vimos rogar a VExas se dignem dizer-nos se nol-a podem fornecer afim de, com a máxima urgência, podermos proceder à nova instalação.
Saúde e Fraternidade
Tavira 24 de Outubro de 1917
João Baptista Carvalho
José Viegas Mansinho»
FONTE: Arquivo Histórico Municipal, Correspondência Geral Recebida, PASTA A248

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