quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

In Memorian: Joan Fontaine, 1917-2013

Em Rebecca, de Alfred Hitchcock, era a segunda mulher de Maxim de Winter, depois da célebre protagonista ausente que dá o nome ao filme. Joan Fontaine foi a única actriz, das muitas loiras de Hitchcock, que viu o trabalho premiado pela Academia de Hollywood - em 1941 - com Suspicion
Frágil, pálida, amedrontada, sedutora. Características que foram as suas armas artísticas, tal como Hitchcok percebeu, escolhendo-a para o início do seu periodo americano.
Fez 45 filmes para cinema, de 1935 a 1966, e foi protagonista de uma rivalidade histórica com a irmã, a também actriz Olivia de Havilland: "Casei-me antes de Olivia, ganhei o Oscar antes dela e, se morrer primeiro, ela ficará sem dúvida furiosa que eu a tenha batido". E bateu. Olivia de Havilland tem 97 anos e vive em Paris.
LG


Filmografia para Cinema:
No More Ladies, 1935, Edward H. Griffith, George Cukor
A Million to One, 1937, Lynn Shores
Quality Street, 1937, George Stevens
The Man Who Foun Himself, 1937, Lew Landers
You Can't Beat Love, 1937, Christy Cabanne
Music For Madame, 1937, John G. Blystone
A Damsel in Distress, 1937, George Stevens
Maid's Night Out, 1938, Ben Holmes
Blond Cheat, 1938, Joseph Santley
Sky Giant, 1938, Lew Landers
The Duke of West Point, 1938, Alfred E. Green
Gunga Din, 1939, George Stevens
Man of Conquest, 1939, George Nichols Jr.
The Women, 1939, George Cukor
Rebecca, 1940, Alfred Hitchcock
Suspicion, 1941, Alfred Hitchcock
This Above All, 1942, Anatole Litvak
The Constant Nymph, 1943, Edmund Goulding
Jane Eyre, 1943, Robert Stevenson
Frenchman's Creek, 1944, Mitchell Leisen
The Affairs of Susan, 1945, William A. Seiter
From This Day Forward, 1946, John Berry
Ivy, 1947, Sam Wood
Letter From an Unknown Woman, 1948, Max Ophüls
The Emperor Waltz, 1948, Billy Wilder
You Gotta Stay Happy, 1948, H. C. Potter
Kiss the Blood Off My Hands, 1948, Norman Foster
September Affair, 1950, William Dieterle
Born to Be Bad, 1950, Nicholas Ray
Darling, How Could You!, 1951, Mitchell Leisen
Something to Live For, 1952, George Stevens
Othello, 1952, Orson Welles
Ivanhoe, 1952, Richard Thorpe
Decameron Nights, 1953, Hugo Fregonese
Flight to Tangier, 1953, Charles Marquis Warren
The Bigamist, 1953, Ida Lupino
Casanova's Big Night, 1954, Norman Z. McLeod
Serenade, 1956, Anthony Mann
Beyond a Reasonable Doubt, 1956, Fritz lang
Island in the Sun, 1957, Robert Rossen
Until They Sail, 1957, Robert Wise
A Certain Smile, 1958, Jean Negulesco
Voyage to the Bottom of the Sea, 1961, Irwin Allen
Tender is the Night, 1962, Henry King
The Witches, 1966, Cyril Frankel


Sábado, 21 Dezembro 2013

 Cine-Teatro António Pinheiro, 21:30h: O Cineclube de Tavira exibe This is Not a Funny Program
Neste dia chega a Portugal, pela primeira vez,  O Dia Mais Curto, a grande festa da curta-metragem, que nasceu em França em 2011 e que vai ser celebrado, em simultâneo, em cerca de 40 países de todo o mundo.
This is Not a Funny Program é um dos programas deste evento, e é composto de 10 curtas-metragens europeias, provenientes de outros tantos países. Confira quais são as curtas-metragens em http://cineclube-tavira.com/site/index.php?option=com_events&task=view_detail&agid=808&year=2013&month=12&day=21&Itemid=1
Para saber mais sobre O Dia Mais Curto, visite http://odiamaiscurto.curtas.pt/
Abraços cineclubistas
LG

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Tavira e o Património

É do conhecimento geral desde há muito tempo, que o chamado Palácio da Galeria, em Tavira, é considerado o mais importante edifício civil da cidade. 
Palácio privado que andou por distintas famílias, tem elementos góticos, renascentistas e barrocos. Integrou um Morgado e, no século XX, teve utilizações diversas. Em 2001 foi inaugurado como espaço municipal destinado à Cultura, após profundas obras de remodelação, conservação e restauro.
O lado mais visível deste imóvel, nos dias de hoje, consiste no facto de ser espaço museológico municipal, tal como outros espaços entretanto recuperados para o efeito. Mas ali têm lugar as exposições temporárias que vão constituindo o chamado Museu Municipal de Tavira. O Palácio da Galeria é também espaço de trabalho para a equipa de Cultura da edilidade, onde se investiga, onde se idealiza, onde se organiza, onde se experimenta a fruição cultural e patrimonial da cidade e do Concelho. 
A  notícia que agora damos é esta: O Palácio da Galeria é, desde agora, Monumento de Interesse Público, assim classificado pela Secretaria de Estado da Cultura. Assim, o imóvel cumpre os critérios constantes do artigo 17º da Lei Nº 107/2001 de 8 de Setembro. Isto é, valor estético, técnico e material; concepção arquitectónica, urbanística e paisagística; memória colectiva ali reflectida.
Actualmente, são duas as exposições patentes: "Memória e Futuro - Património, Colecções e a Construção de um Museu Para Tavira" e "Dieta Mediterrânica - Património Cultural Milenar".
LG

5ª Feira, 19 Dezembro 2013

O Cineclube de Tavira exibe Night Train to Lisbon, Comboio Nocturno Para Lisboa, de Bille August.







Confira em http://cineclube-tavira.com/site/index.php?option=com_events&task=view_detail&agid=807&year=2013&month=12&day=19&Itemid=1
Abraços cineclubistas
LG

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

In Memorian: Peter O'Toole (1932 - 2013)

Representou para Cinema em 63 filmes, de Kidnapped, 1960, de Robert Stevenson, a Katherine of Alexandria de Michael Redwood, com estreia agendada para 2014. Ganhou um BAFTA, um Emmy, 4 Globos de Ouro e um Óscar Honorário. 
Vimos o seu trabalho pela primeira vez no telefime Kim, 1984, de John Davies, onde representou por trás da caracterização do monge sábio Lama, reconhecendo-se a voz inconfundível - apesar dos anos a irem modificando - como parte incontornável do seu carisma, sempre presente. É atentar no trabalho de voz do gastrónomo Anton Ego de Ratatouille, 2007, de Brad Bird e Jan Pinkava, ou observar o mentor R. J. de The Last Emperor, 1987, de Bernardo Bertolucci.
Mas o carisma deve-se, sobretudo, ao T. E. Lawrence do magistral Lawrence of Arabia que David Lean realizou em 1962. Visto a uma distância de mais de 50 anos de História do Cinema, identifica-se desde logo na obra de David Lean uma visão de tolerância para com "o outro", o árabe, então sob a alçada do Império Britânico, não obstante alguns apontamentos grotescos na óptica ocidental, mas esclarecedores sobre um povo e a sua cultura. 
A década de '60 começava, fenómenos de ruptura e rasgar de horizontes como os Beatles ou como as manifestações de estudantes ainda não tinham começado, e uma tal visão sobre outros povos, distantes de tantas maneiras, era uma invulgaridade. Mais polémico se tornava o filme, ao revelar ao mundo um inglês (e filmado por um inglês) com todos os traços caucasianos, que se reconhece e encontra a si próprio, identificado com a cultura árabe. 
Entre a polémica e a genialidade, a figura de Lawrence sintetiza-se na cena da vaidade com que se vê ao espelho, na adaga como os árabes, trajando vestes árabes, no meio do deserto onde habitam tais nómadas.
Peter O'Toole nunca conseguiu, por toda a força do filme e da personagem, que o identificassem de outra forma. É como se T. E. Lawrence voltasse a morrer, agora que se fecharam os olhos mais azuis do deserto.
LG

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

5ª Feira, 12 Dezembro 2013

O Cineclube de Tavira exibe Dans la Maison, Dentro de Casa, de François Ozon.










Confira em http://cineclube-tavira.com/site/index.php?option=com_events&task=view_detail&agid=806&year=2013&month=12&day=12&Itemid=1

Abraços Cineclubistas
LG

In Memorian: Nadir Afonso (1920 - 2013)

Desaparece um dos mais fundamentais artistas plásticos do abstraccionismo geométrico em Portugal.
Artista mais universal que português, trabalhou com Le Corbusier, Fernand Léger, Oscar Niemeyer, Siza Vieira.
A tela era a natureza enquanto espaço total. A geometria, a essência da arte. A arquitectura, de que também tinha diploma, "uma ciência, uma elaboração de equipas", e como tal, "não é uma arte". Polémico e incisivo, escreveu ainda:
"Se uma lição de moralidade pudesse ser entendida nas minhas (e noutras) memórias de artista, talvez fosse finalmente reconhecido por lei o fracasso das instituições culturais. Apoia-se e promove-se, não os verdadeiros criadores, mas indivíduos insinuantes, fura-vidas que gravitam à volta das instituições. Tenho consciência que a minha obra é única, original e de dimensão universal, mas reparo que "bons artistas" não são os que possuem uma obra válida mas os que imitam o que de vanguarda se faz lá fora e privam com os que os promovem."
LG

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Manoel de Oliveira - 105 Anos

O decano dos realizadores comemora hoje 105 anos de vida. Como prenda, deseja financiamento para o seu projecto O Velho do Restelo
No mês passado, acerca dos 105 anos que hoje celebra, o mais velho realizador de cinema activo afirmou que o financiamento do seu novo filme seria "uma forma de comemorar o aniversário", acreditando porém que "o aniversário de certeza que ainda vem antes".
E veio. 105 anos celebrados por várias instituições do Porto e continuam a faltar 360 mil euros para o filme.
Mas Manoel de Oliveira é um optimista: "Eu tenho a ilusão de que não falta dinheiro", afirmou, dizendo que conta  financiamento "para este e para outros" filmes.

Um voto renovado a cada ano, especialmente desde que o realizador, que nunca foi um autor consensual, se revelou um fenómeno de produtividade, apesar da idade e de uma carreira que só arrancou verdadeiramente na segunda metade da sua vida.

Foi campeão nacional de salto à vara e corredor de automóveis. Boémio, frequentava tertúlias no Café Diana, na Póvoa de Varzim, com amigos como José Régio e Agustina Bessa-Luís.
Consagrou-se ao Cinema, começando pela interpretação: Fátima Milagrosa de Rino Lupo, em 1928, e A Canção de Lisboa de Cotinelli Telmo, em 1933. O seu primeiro filme, a curta-metragem documental Douro Faina Fluvial, data de 1931.

À cabeça de uma lista de distinções estão os prémios nos festivais de cinema de Cannes, Berlim e Veneza, para um realizador em actividade há oito décadas. Manoel de Oliveira fixou um percurso que é considerado fundamental na história do cinema português, nem sempre consensual, nem sempre compreendido pelo público, mas quase sempre unanimemente elogiado pela crítica. 
Hoje, como é dia de festa, não cabe aqui essa análise. Mas que havia a dizer umas coisas, lá isso havia...
Parabéns Manoel de Oiveira.
LG

Filmografia completa:
Fátima Milagrosa, Rino Lupo, 1928 (actor)
Douro, Faina Fluvial, 1931 (Documentário)
Hulha Branca, 1932 (Documentário)
Estátuas de Lisboa, 1932 (Documentário inacabado)
A Canção de Lisboa, Cottinelli Telmo, 1933 (actor)
Miramar, Praia das Rosas, 1938 (Documentário desaparecido)
Portugal Já Faz Automóveis, 1938 (Documentário)
Famalicão, 1940 (Documentário)
Aniki Bóbó, 1942
Exposição Heráldica do Trabalho, Perdigão Queiroga, 1956 (Documentário, fotografia)
O Pintor e a Cidade, 1956 (Documentário)
Imagens de Portugal 105, António Lopes Ribeiro (Actualidades, fotografia)
A Rainha Isabel II em Portugal, António Lopes Ribeiro, 1957 (Documentário, fotografia)
O Coração, 1958 (Inacabado)
O Pão, 1959 (Documentário)
Acto da Primavera, 1962
A Caça, 1963
Vilaverdinho, 1964 (Documentário)
As Pinturas do Meu Irmão Júlio, 1965 (Documentário)
A Propósito da Inauguração duma Estátua (Porto, 1100 Anos), Lopes Fernandes, Artur Moura e A. Baganha, 1970 (Documentário, supervisão)
André, a Cara e a Coragem, Xavier de Oliveira, 1971 (montagem)
O Passado e o Presente, 1971
Sever do Vouga Uma Experiência, Paulo Rocha, 1971 (supervisão)
Benilde ou a Virgem Mãe, 1974
Deliciosas Traições do Amor, Domingos Oliveira, Tereza Trautman, Phudias Barbosa, 1975 (montagem)
Amor de Perdição, 1978
Conversa Acabada, João Botelho, 1981 (actor)
Francisca, 1981
Visita ou Memórias e Confissões, 1982 (só será exibido após a sua morte)
Lisboa Cultural, 1983 (Documentário)
Nice – À Propos de Jean Vigo, 1983 (Documentário)
Le Soulier de Satin, 1985
Simpósio Internacional de Escultura, 1985 (Documentário co-realizado com Manuel Casimiro)
Mon Cas, 1986
A Propósito da Bandeira Nacional, 1987 (Documentário)
Os Canibais, 1988
“Non” ou a Vã Glória de Mandar, 1990
A Divina Comédia, 1991
O Dia do Desespero, 1992
Oliveira, o Arquitecto, Paulo Rocha, 1993 (Documentário, entrevistado)
Vale Abraão, 1993
A Caixa, 1994
Viagem a Lisboa, Wim Wenders, 1994 (actor, participação especial)
O Convento, 1995
En Une Poignée de Mains Amies, 1996 (Documentário co-realizado com Jean Rouch)
Party, 1996
Viagem ao Princípio do Mundo, 1997
Inquietude, 1998
A Carta, 1999
Palavra e Utopia, 2000
Vou Para Casa, 2001
Porto da Minha Infância, 2001 (Documentário)
O Princípio da Incerteza, 2002
Momento, 2002 (Clip musical)
Um Filme Falado, 2003
O Quinto Império Ontem Como Hoje, 2004
Espelho Mágico, 2005
Do Visível ao Invisível, 2005
Belle Toujours, 2006
O Improvável Não é Impossível, 2006
A 15ª Pedra, Rita Azevedo Gomes, 2006 (Documentário, entrevistado)
Cristóvão Colombo – O Enigma, 2007
Rencontre Unique, 2007 (Segmento de Chacun Son Cinéma)
O Poeta Doido, o Vitral e a Santa Morta, 1965/2008 (Documentário)
A Vida e a Morte – Romance de Vila do Conde, 1965/2008 (Documentário)
Singularidades de Uma Rapariga Loura, 2009
O Estranho Caso de Angélica, 2010
Painéis de São Vicente de Fora - Uma Visão Poética, 2010
O Gebo e a Sombra, 2012
O Conquistador Conquistado, 2012 (Segmento de Centro Histórico)
A Igreja do Diabo (em pós-produção)
O Velho do Restelo (em preparação)

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Cartazes de Cinema em Leilão

O Cineclube faz saber que terá lugar no próximo Domingo, pelas 17:00h, mais um leilão de cartazes de cinema. O local é a Herdade da Corte, na freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo. Tudo o que necessita saber sobre o local e como lá chegar em http://herdadedacorte.com/a-volta.
A colecção de cartazes disponível é vasta, abrange várias décadas, muitos países e géneros cinematográficos. Estão todos convidados, desde os cinéfilos aos curiosos. Garantem-se duas horas de curiosa boa disposição e uma panóplia de material gráfico à disposição.
Se quiser planear as suas licitações com alguma antecedência, pode pedir um documento PDF com a relação dos cartazes em andreviane@gmail.com.
Abraços cinéfilos
LG

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

In Memorian: Nelson Mandela, 1918 - 2013

Grande Como a Humanidade Inteira. 
É a expressão que nos ocorre para definir Nelson Mandela, que aos 95 anos se despediu de nós. Celebrado, homenageado, idolatrado, filmado, cantado de tantas maneiras e tantas vezes que não podemos acrescentar mais nada a uma figura como Madiba.
Podemos apenas associar-nos, com singela homenagem, ao pesar que corre o mundo inteiro, pelo desaparecimento de um homem que nasceu, viveu, lutou e morreu com a convicção de que a Liberdade e a Justiça são Os Valores que importam de facto. Um homem que, condenado politicamente a prisão perpétua, foi libertado para garantir uma África do Sul plural, onde negros e brancos seriam iguais, onde não teriam lugar sentimentos e actos de vingança, ódio, retaliações. 
Um Homem que usou algo tão salutar como o desporto para garantir estes objectivos. A este respeito recordamos e recomendamos o visionamento de Invictus, de Clint Eastwood, realizado em 2009, filme em que Morgan Freeman desempenha o papel de Mandela. 
E, para fechar, chamamos a atenção do filme Mandela: Long Walk to Freedom, de Justin Chadwick, produção inglesa e sul-africana, com Idris Elba no papel principal. A ante-estreia foi ontem, 5ª feira, em Londres, e chega até nós em Janeiro.
Abraços
LG

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Dieta Mediterrânica: Tavira de Parabéns


A notícia chegou ontem directamente de Baku, Azerbeijão. A Dieta Mediterrânica é Património Imaterial da Humanidade, aprovado pela UNESCO. Croácia, Chipre, Espanha, Marrocos, Itália e Grécia estão de Parabéns, bem como Portugal, cuja candidatura foi liderada pelo Município de Tavira.
O significado e as suas repercussões e potencialidades são enormes, abrindo-se novos horizontes na defesa do património e cultura regional e local. 
É também de sublinhar que esta aprovação acontece no momento em que se apanha azeitona, no momento em que os lagares estão em laboração, no momento em que o cheiro a processamento de azeitona invade algumas zonas da cidade, num ano em que a produção de azeite é forte. O Azeite reclama um lugar especial nesta distinção, de tão omnipresente que é na chamada Dieta Mediterrânica. 
Eis o artigo de Sérgio C. Andrade, edição online do Público, 4 de Dezembro de 2013.
Abraços
LG

"A dieta mediterrânica é um património aberto e em expansão.
Não foram precisos mais de dois minutos para Portugal se ver novamente registado na lista de património da UNESCO, numa decisão tomada na 8.ª sessão do comité intergovernamental da organização que decorre em Baku, Azerbaijão, até ao próximo sábado.
Sem discussão e sem objecções, e com o presidente da mesa a realçar que ninguém se opunha à classificação, “até porque todos gostam desta comida”, Portugal viu consagrada a candidatura conjunta com a Croácia e Chipre, mas também com Espanha, Marrocos, Itália e Grécia – estes últimos quatro países tinham já os seus nomes e a sua dieta mediterrânica inscritos nos bens patrimoniais da UNESCO desde 2010, mas associaram-se agora aos outros três numa candidatura renovada e mais abrangente e que foi liderada pela Câmara Municipal de Tavira.
A decisão foi tomada a meio da tarde na capital do Azerbaijão (eram cerca de 13h30 em Portugal), logo na primeira das duas sessões reservadas para a avaliação das três dezenas de candidaturas a esta categoria que tinham sido aceites pelo comité da UNESCO (de uma lista inicial de seis dezenas). E se a expectativa da delegação portuguesa, chefiada pelo presidente da Câmara de Tavira, Jorge Botelho, era a mais optimista, o adiamento da inscrição da Escola de Equitação de Viena, e as dificuldades sentidas pelo Brasil na classificação da Romaria de Nossa Senhora da Nazaré, em Belém do Pará, terão criado algum suspense.
Poucos minutos após a decisão do comité, Jorge Botelho classificava-a, em declarações ao PÚBLICO, como “uma vitória para a comunidade de Tavira, mas também para o Algarve e para todo o país”. O autarca realçava, no entanto, que não era “só a gastronomia, mas todo o património da região que fica a ganhar”, já que a segunda inscrição de Portugal na lista do património imaterial – dois anos depois do fado – constitui uma nova oportunidade para a afirmação da cultura do país e a sua inscrição na bacia do Mediterrâneo.
Jorge Coelho, autarca socialista, relevou ainda o facto de Tavira ter liderado, “com sucesso, todo o processo da candidatura conjunta dos sete países durante os últimos dois anos e meio”, e salientou o apoio de várias instituições, nomeadamente o “Ministério da Agricultura e o Governo português”.
À frente do grupo que organizou a candidatura esteve o sociólogo Jorge Queiroz, director do Museu Municipal de Tavira, que, também ao PÚBLICO, e logo após o veredicto da UNESCO, salientou “o efeito de reconhecimento planetário” que ele vai ter. Queiroz notava que na capital do Azerbaijão estão esta semana delegações de 116 países – “a maior representação de sempre no comité” – e mais de um milhar de delegados.
A equipa portuguesa que defendeu a candidatura da dieta mediterrânica foi ainda com
posta por João Begonha, adjunto da ministra da Agricultura, Rita Brasil, do Ministério dos Negócios Estrangeiros e da delegação portuguesa da UNESCO, e Victor Barros, coordenador da Comissão Nacional da Dieta Mediterrânica.
A classificação foi naturalmente bem vista por responsáveis do sector da restauração do Sul do país, que, pela voz de Júlio Arez, presidente da Haresp-Algarve – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, a classifica como “uma bela oportunidade de publicidade gratuita em todo o mundo”. “As pessoas que nos visitam terão novas motivações para procurar os nossos restaurantes, em vez de irem aos dos seus países ou irem comer fast food”, acredita Júlio Arez, fazendo notar que os restaurantes portugueses “já fazem também preços competitivos” com os das cadeias internacionais.
Quem também não põe em causa a importância da classificação é Isabel do Carmo, médica endocrinologista. “É importante que se formalize e consagre um padrão alimentar que é comum às várias regiões do Mediterrâneo e que pode trazer benefícios sob o ponto de vista social e da saúde”, diz esta especialista em doenças do comportamento alimentar. Faz notar, no entanto, que esta dieta "tem uma base histórica complexa, visto que uma parte dos alimentos foi trazida dos países descobertos por portugueses e espanhóis, sobretudo na América do Sul”, além de que “sempre houve heterogeneidade do ponto de vista das classes sociais”, lembrando que “para muitos trabalhadores, no passado, a alimentação consistia em pão, azeitonas e vinho”.
Jorge Queiroz, responsável pela exposição Dieta Mediterrânica, património cultural milenar, patente até Março no Museu Municipal de Tavira, faz notar que a inscrição na lista do património “é um contrato entre a UNESCO e o nosso país, que nos traz novas responsabilidades". Entre elas está o reforço da salvaguarda da dieta mediterrânica e de toda a cultura que ela encerra.
Por outro lado, o responsável pela candidatura diz que os sete países ficam vinculados ao desígnio de partilhar e alargar esse trabalho a outras regiões da bacia do Mediterrâneo, não sendo de excluir uma eventual nova candidatura ainda mais alargada.
No projecto de decisão elaborado pela UNESCO depois de analisada a candidatura –  que fora apresentada na sede da organização em Paris em Março de 2012 –, é salientado que “a dieta mediterrânica envolve uma série de competências, conhecimentos, rituais, símbolos e tradições ligadas às colheitas, à safra, à pesca, à pecuária, à conservação, processamento, confecção e, em particular, à partilha e ao consumo dos alimentos. Comer em conjunto é a base da identidade cultural e da sobrevivência das comunidades por toda a bacia do Mediterrâneo. É um momento de convívio social e de comunicação, de afirmação e renovação da identidade de uma família, grupo ou comunidade”.
A transmissão destes saberes e práticas de geração em geração na criação de uma identidade cultural e social, a sensibilização para a necessidade de consumir produtos saudáveis, a salvaguarda desta cultura através de medidas e legislação adequada foram outras razões apontadas para a classificação."

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Timor: Primeiro Filme, Primeiro Prémio

Em Maio último foi noticiado que o filme A Guerra de Beatriz, primeira produção timorense, necessitava de 15 mil dólares. Esta verba destinava-se a concluir a pós-produção, bem como a tiragem de cópias para festivais mundo fora.
Meio ano depois, surge a melhor das recompensas para uma obra que enceta a produção cinematográfica em Timor Loro Sae. O filme de Bety Reis e do italiano Luigi Acquisto ganhou o Pavão de Ouro na categoria de melhor filme no 44º Festival de Cinema da Índia.
A produção começou quatro anos atrás pela Dili Film Works e pela australiana Fair Trade Films; e tem na sua origem uma petite histoire francesa, de amor, do século XVI que,  adaptada à realidade timorense, centra-se entre 1975 e 2002. O amor de Beatriz pelo seu marido é contado a partir da aldeia de Kraras, onde em 17 de Setembro de 1983 teve lugar um massacre pela mão de soldados indonésios.
Talvez esta vitória, num festival de um país hindu, não seja inocente. A Indonésia é um país muçulmano e a tensão entre as duas religiões dá muitas dores de cabeça à Índia (e ao Paquistão), os de Caxemira que o digam. De todo o modo, o filme terá certamente os seus méritos próprios.
Tavira, como todo o país, espera por ele. Trata-se de um filme que está carregado de todo um simbolismo, todo um significado, que já fez História, que é História.
O Cineclube de Tavira tem de o exibir. Duas vezes pelo menos!
Abraços Cineclubistas.
LG

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

terça-feira, 30 de julho de 2013

Em Agosto Também Há Cinema

É já na próxima 6ª feira. dia 2 de Agosto, que inauguramos a 8ª Mostra de Cinema Não Europeu de Tavira. São mais 11 filmes de qualidade que nos levam até quase meados do mês, a acompanhar outras tantas noites que se querem de bom tempo, e que, com toda a certeza, se vão pautar pelo bom ambiente e pela boa disposição.
Assim, a Mostra irá abrir com o filme de Mike Mills, Beginners, É Assim o Amor, onde se confrontam na tela o ainda jovem Ewan McGregor e um velho senhor do cinema, Christopher Plummer. Em Marley, Kevin MacDonald dará a conhecer contornos da personalidade do músico que foi Bob Marley. Na véspera, dia 3, chega-nos Beasts of the Southern Wild, Bestas do Sul Selvagem, realizado por Bem Zeitlin, onde a pequena grande revelação Quvenzhané Wallis nos mostra o mundo através dos seus olhos.
O destaque maior, contudo, vai para - tem que ir para - duas estreias nacionais absolutas. Histórias Que Só Existem Quando Lembradas, co-produção entre Brasil, Argentina e França, que Júlia Murat realizou, retratando uma aldeia onde o tempo parou. Do Irão chega-nos Jodaeiye Nader Az Simin, Uma Separação, onde as relaçõs familiares são decompostas com grande mestria por Asghar Farhadi.
No total, 11 filmes obrigatórios para ver em Agosto, depois do rescaldo da Mostra de Cinema Europeu que aconteceu em Julho em 13ª edição. A propósito desta mostra, o público deu sinais de que estamos bem vivos no trabalho que fazemos, e que o ano sabático de 2012 foi apenas - esperamos - um acidente de percurso. Assim o demonstram os quase 1100 espectadores em 11 noites, muitos deles fiéis e generosos, que se dispuseram ainda a atribuir, pela primeira vez, prémios de público. Quais foram? Pois bem, a longa-metragem Intouchables, Amigos Inseparáveis, de Olivier Nakache e Eric Toledano; e a curta-metragem Maybe, de Pedro Resende.
Marcamos portanto presença, a partir de 6ª feira, dia 2 de Agosto pelas 21:30h, no Convento do Carmo. Até lá!
LG

quarta-feira, 24 de julho de 2013

5ª Feira, 25 Julho 2013

O Cineclube de Tavira exibe Night Train to Lisbon, Comboio Nocturno Para Lisboa, de Bille August







 


Abraços Cineclubistas
LG

quinta-feira, 18 de julho de 2013

"Mais nada importa."

O título desta entrada é parte de uma citação do André Viane em resposta à entrada anterior, que nos pediu para partilhar, e que aqui fica para quem quiser ler e perceber o que realmente importa:


"Pois, estamos de volta! E o nosso público voltou em força! Voltam a sair no final das sessões com um sorriso na cara e os momentos de felicidade que acabaram de sentir a brilhar nos olhos... Mais nada importa. Faz desvanecer da nossa memória o trabalho árduo, as lutas e dificuldades na preparação dos eventos... Estamos vivos, a nossa campainha ainda toca!"
Abraço

A felicidade e o brilho nos olhos continuam hoje, com o filme De Rouille et d'Os, Ferrugem e Osso, de Jacques Audiard, marcado para as 21:30h, no Convento do Carmo.
Bom Cinema!
LG

quarta-feira, 17 de julho de 2013

We're Back - Estamos de Volta!

Não. Não se trata do título de qualquer filme e a sua tradução. Mas foi com estas palavras que a sessão de abertura da tão aguardada 13ª edição das Mostras de Cinema Europeu de Tavira começou. Palavras de raiva, mas sobretudo de entusiasmo, de grande satisfação e de descompressão, que antecederam a projecção dessa bela surpresa que foi, quanto a nós, o filme Intouchables de Olivier Nakache e Eric Toledano.
Grande era o estado de espírito do André Viane e de toda a equipa executiva das Mostras, bem como do público que saudou tais palavras, com grande expectativa acerca desta semana de cinema. Agradecimentos só os indispensáveis, também por cortesia. Presenças, todas as que fizeram falta. A equipa do Cineclube, o público, que respondeu à chamada em número que dá o sinal a quem não acredita na pertinência e no papel cultural das Mostras e do Cineclube. Faltou a Câmara Municipal de Tavira e os seus representantes, que uma vez mais preferiram não correr o risco de desenquadramento num espaço e num ambiente, que se altera em Julho de cada ano para acolher aquele que é, continuamos a afirmá-lo, o mais significativo evento do programa cultural que tem por nome Verão em Tavira.
O blog não ficou, com grande pena, para as seguintes sessões, mas sentiu, por acaso, as emoções cinematográficas que se soltavam no Domingo à noite, da banda sonora de The Artist. O filme de Michel Hazanavicius fazia-se ouvir nas redondezas, o céu de Tavira impregnou-se com a música do filme francês. E uma vez mais, o público fez ultrapassar a marca das dez dúzias de bilhetes.
É mesmo verdade: We're Back!
Bom Cinema!
LG

terça-feira, 2 de julho de 2013

quarta-feira, 26 de junho de 2013

6ª feira, 28 Junho 2013

O Cineclube de Tavira exibe Villa-Lobos: Uma Vida de Paixão, de Zelito Viana.









Confira em http://cineclube-tavira.com/site/index.php?option=com_events&task=view_detail&agid=765&year=2013&month=06&day=28&Itemid=1

Abraços Cineclubistas.
LG

5ª Feira, 27 Junho 2013

O Cineclube de Tavira exibe Zero Dark Thirty de Kathryn Bigelow









Confira em http://cineclube-tavira.com/site/index.php?option=com_events&task=view_detail&agid=764&year=2013&month=06&day=27&Itemid=1

Abraços cineclubistas.
LG

Voltam as Mostras de Cinema!

Assim acontece!
Depois do annus horribilis que teve início com a ausência das Mostras em 2012, em que se optou por mergulhar Tavira e a oferta cultural de Verão em algo diferente, diriamos nós, incompleto, eis que o mais significativo evento estival volta à cidade do Gilão.
Às vezes é preciso que se demonstre, pela ausência, aquilo que realmente importa e é significativo na vida, ou seja, neste contexto, como as Mostras que o Cineclube de Tavira organiza (e que a Câmara Municipal entendeu não apoiar em 2012) são importantes no Verão em Tavira...
Tudo está pronto. No dia 5 de Julho cartazes, programas/catálogos, banners e demais publicidade e informação começarão a dar sinal por toda a região e meios de comunicação social.
Façamos então votos para que a edilidade processe a verba prometida e acertada, da qual ainda não há sinal. Sinal, apenas o do espaço do costume, o pátio do Convento do Carmo, que mudará uma vez mais de aspecto para vos receber, fruto de uma decoração que nem sempre é entendida ou credibilizada. Porém, consiste no transformar um espaço de pátio fechado, de branco e despido, num extraordinário ambiente de luz, música, boa disposição e, claro, bom cinema.
No programa da Mostra de Cinema Europeu, a ter lugar de 12 a 22 de Julho, que pode ser consultado em http://www.cineclube-tavira.com/site/index.php option=com_content&task=view&id=26&Itemid=1, sobressaiem os incontornáveis Lasse Hallström, Aki Kaurismäki, Thomas Vinterberg e Michael Haneke. Mas não podemos deixar de saudar um conjunto de seis curtas-metragens onde a criação portuguesa dos últimos anos é posta em evidência. Seria também inevitável programar The Artist de Michel Hazanavicius, o que acontece igualmente com Tabu de Miguel Gomes que, amado por uns, odiado por outros, não deixa de ser uma homenagem à 7ª Arte, que uma África idealizada por muitos que regressaram empresta o pano de fundo.
Porém, o grande filme da Mostra é Les Enfants du Paradis, do longínquo ano de 1945, realizado por Marcel Carné, uma chef d'ouevre do chamado Realismo Poético Francês. Um belíssimo e longo fresco sobre a arte, sobre o teatro, sobre a vida, que fecha o primeiro fôlego do Cinema de Verão em Tavira.
Mas será apenas uma respiração no diálogo com o público, pois de 2 a 12 de Agosto, terá lugar a Mostra de Cinema Não Europeu. Diálogo esse que se pretende mais intenso e positivo, e que levou o Cineclube a criar um "prémio do público", o qual terá oportunidade de se manifestar com voto e classificação após cada filme.
Previsões? Só no fim, como alguém diria. Certezas só uma. A de bom acolhimento, bom ambiente e bom cinema a quem aparecer no Convento do Carmo, de 12 a 22 de Julho, pelas 21:30h.
Até breve, portanto!
LG

sexta-feira, 21 de junho de 2013

De Lanzarote Para Todo o País

Já deviamos ter dado conta da iniciativa nacional em torno do belíssimo trabalho documental de Miguel Gonçalves Mendes José e Pilar. Tratou-se de uma acção conjunta de 26 cineclubes e associações culturais, que na última 3ª feira dia 18 de Junho assinalou o 3º aniversário do desaparecimento de José Saramago.
A feliz ideia, merecedora dos maiores elogios, realizou-se já há dias, mas não se esgota em si própria. Deve assinalar-se o facto de o Cineclube de Tavira estar de Parabéns. O Cineclube (contas não fechadas ainda) foi a associação que contou com mais espectadores - 67 - em todo o país, de acordo com informação proveniente da produção.
Quem diria!
E é este o tipo de resposta que damos aqueles que não acreditam que o Cineclube de Tavira é uma associação de proa na cidade, no concelho, na região.
Aqueles que não levam a sério o trabalho que vamos desenvolvendo, despertem, por favor!
E vão, por uma vez, às Mostras de Cinema que este ano voltam, felizmente, ao Convento do Carmo em Julho e Agosto, e sobre as quais daremos notícias muito em breve.
LG

quinta-feira, 20 de junho de 2013

O Longo Silêncio

Saudações!!
Longo foi, de facto, o silêncio do blog, a condizer com o luto (ou quase) em que o Cineclube de Tavira esteve mergulhado por vários meses.
Uma interminável novela de quezílias que não abonaram em nada nem o Cinema, nem a arte em geral, nem a divulgação e promoção cultural em Tavira e para os tavirenses, nem o próprio Cineclube.
A nossa associação esteve
à beira de fechar a porta - o André chegou a estar de chave na mão - e tudo por questões que se prendem com decisões políticas.
Não vamos aqui contar, ou recordar, todo esse triste interim, porque ele só tem um nome: UMA VERGONHA!
O leitor e amigo mantenha-se atento, porque de seguida iremos dar conta de positivas novidades.
Um abraço cineclubista.
LG