sábado, 17 de julho de 2010

Mostra 11, o Arranque


Ontem, 6ª feira e depois de um dia intenso de sol e de trabalho, arrancou a 11ª Mostra de Cinema Europeu de Tavira, com o ambiente e o cinema com a qualidade que quem já experimentou bem conhece.

The Boat That Rocked demonstrou, sem que seja um trabalho de realização transcendente, a importância da música, da rádio como companhia e como trabalho, da boa disposição e "good vibs" na vida das pessoas, mesmo que seja através de ondas cartzianas.

A abrir, o resultado de vários anos de gravações video em torno das Mostras e sobretudo em torno dos dias / noites de abertura. Felizmente, este trabalho passou no teste da organização, da equipa de colaboradores e, muito sobretudo, do público.

Antes de irem espreitar este video que aqui fica on-line, tomem nota de que esperamos por todos para a sessão de hoje. An Education, Lone Scherfig, 2009, debruça-se sobre o dilema dos rumos a seguir. De uma entre tantas encruzilhadas que esta estrada da vida nos pode colocar. Seguir os instintos de absorção de conhecimentos e de pensamento, provável proveito de uma vida de estudos e de quem tem idade para imaginar que pode e deve mudar o mundo? Ou a opção pela via da garantia de segurança pacífica e protectora de um amor mais velho, que pode vir a revelar-se a razão de se existir e o garante de uma felicidade para a vida?

Mais logo, pelas 21:30h, encontraremos as respostas da jovem Jenny (Carey Mulligan). O local? Claustros do Convento do Carmo, onde o cinema é servido com cheiro e sabor a Verão e a Bom Ambiente.

LG

terça-feira, 13 de julho de 2010

A Crise e a Cultura III: A Solidariedade de Gabi

São desta manhã as notícias que dão conta de um eventual recuo, por parte do Governo, relativamente aos cortes orçamentais para o sector cultural.
Segundo o site do semanário Sol, Gabriela Canavilhas reconheceu a vitalidade do sector cultural que se uniu em defesa dos seus interesses. No entanto, sublinha que a anulação dos cortes acontece graças a uma posição de solidariedade por parte de todo o Governo, Sócrates e Teixeira dos Santos inclusos. É desta forma que a Cultura se salva, cujos cortes, diz Canavilhas, "estava-me a custar horrores".
Fica por definir se tais horrores seriam causados pela subtracção subsidiária enquanto ministra, ou se, como pianista, ter a perspectiva de vir a tocar piano com menos 10% de teclas, como sugeriu o produtor Paulo Branco a semana passada aos microfones da TSF.
De qualquer forma, do horror à solidariedade, o Governo revela-se um "fixe" face às posições assumidas pelas plataformas de artes com cujos representantes a ministra reuniu ontem. No fim da reunião, Canavilhas fez então o seu bonito na declaração:
"Informo que já não é preciso proceder às reduções e aos cortes no sector cultural, numa medida articulada com o Governo."
Estavam em causa cortes percentuais entre os 10 e os 12,5, a aplicar a organismos cujo Ministério teve, em 2010, a "enorme" fatia do Orçamento Geral do Estado de 0,3%...
Agora, que "tout est bien quand finit bien", fica a pergunta: Quem pagará a solidariedade governamental?...
LG

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A Crise e a Cultura II: O Realizador e o Abafador

Com os cortes anunciados para financiamento das industrias culturais deste pobre país, os profissionais do sector procuram fazer ver ao Governo que a produção cultural é, e neste caso a produção de cinema, dos produtos mais exportados por este pobre e pequeno canto da Europa, da União Europeia, do Mundo.
No jornal Público do último dia 9 de Julho, o decano dos cineastas portugueses veio a terreiro em defesa da classe, publicando uma carta aberta à Ministra da Cultura. No texto Defesa do Cinema Português, Manoel de Oliveira demonstra como o financiamento de filmes é vantajoso para o país e as suas pobres finanças (com letra pequena, perdoe-nos o titular da pasta).
O abafador, sinistra personagem que nas aldeias se encarregava de poupar os moribundos a maiores agonias, vem agora ser recordado a propósito da administração da Zon/Lusomundo, que "esconde os nossos filmes", que os guarda, que não os mostra nem deixa mostrar. A empresa é detentora dos direitos de exploração de significativa parte do cinema português, e nada faz para promover os filmes. Não os edita, não os exibe, não os divulga na sua rede de televisão por cabo, não nada. Apenas abafa.
Deste modo, é na administração da Zon/Lusomundo e dos seus salários - entre outros, "à parte" nosso - que o prejuízo com Cinema se faz neste país.
Não é prejuízo querer fazer cinema e com isso promover culturalmente um país.
Não é com o único laboratório de cinema em Portugal, que vive sob o fantasma do encerramento definitivo, que se tem prejuízo.
Não é prejuízo dar meios a quem tem competências para a salvaguarda do património cinematográfico português; e que por acaso também tem por missão a sua divulgação, por mais criticada que possa ser.
Mas o melhor é dar uma vista de olhos ao texto de Manoel de Oliveira. No filme Sound of Music de Robert Wise, 1965, cantava-se "I am sixteen / Going on seventeen", com um futuro sorridente como perspectiva. Oliveira escreve com a elegância dos seus 101 anos, going on 102. And counting, and thinking, and making films, and exporting them, and promoting the portuguese culture, and colecting international prizes...
LG

Defesa do Cinema Português

Por Manoel de Oliveira

Senhora ministra, peço-lhe que pense bem nos problemas que estamos a viver, de modo a encontrar soluções eficazes e justas.
Em defesa dos realizadores e dos produtores de filmes portugueses neste difícil momento por que estão a passar, em defesa desta boa causa, tenho a dizer o seguinte:
Os filmes portugueses nunca foram ruinosos para o país e os seus custos cremos serem os mais baixos em relação à maior parte dos países. É certo que o momento é de crise, mas o cinema português está longe de ser motivo de ruína para o país e exactamente pelo seguinte:
Cada um dos nossos filmes move um grupo de actores, outros tantos figurantes e uma equipa técnica completa.
Este conjunto de contratados mexe com transportes, com restaurantes, com hotéis, etc., etc. E toda esta gente, com aquilo que ganha, faz as mais variadas compras com esses pequenos ganhos do seu trabalho, e isto, para além dos gastos que as próprias filmagens são obrigadas a fazer para produzir cada um dos seus filmes.
Mais: todos, seja dentro ou fora do filme, pagam impostos e esses impostos, feitas as contas, serão montantes aproximados, se não iguais ou até superiores, ao subsídio que o Ministério da Cultura dá para cada um desses filmes. O que quer dizer que o Estado vem a cobrir ou até a receber mais do que os subsídios que atribui a cada filme.
E quero dizer ainda:
Depois os filmes passam a ser exibidos no país, e quantas vezes vendidos para diferentes outros países, alguns dos meus filmes já passaram por esse mundo fora, em cerca de 27 países, bem como acontecerá com outros colegas, dando a conhecer as nossas expressões cinematográficas e culturais, uma vez que o cinema figura como uma síntese de todas as artes; para além de representar um reforço nos lucros dos produtores, lucros esses favoráveis ao país, como acontece com os livros, com a pintura ou com a música.
Assim como as televisões nacionais mostram aos seus países o essencial do que se passa no mundo, o cinema nacional divulga a cultura de cada país ao mundo.
Nunca senti ser um "peso" para os governos do meu país. Limito-me a fazer o meu trabalho o melhor que sei e posso para o que sinto ter nascido, tentando questionar os seres, as coisas, a nossa história e o mundo através dos filmes que tive o privilégio de realizar. No tempo da ditadura, fui fazer um curso de fotografia em Leverkusen, oferecido pela Bayer, nos seus estúdios da Agfa. A seguir, fui para Munique, onde comprei na Arnold Richter uma câmara de filmar. Montei numa carrinha tudo o necessário de imagem e som para filmar em qualquer lugar e fiz o primeiro filme a cores revelado pela Tobis Portuguesa: O Pintor e a Cidade que ganhou o meu primeiro prémio no Festival de Cork, a Harpa de Prata. E a seguir filmei sozinho mais quatro filmes, incluído o Acto da Primavera, o único para o qual recebera uma ajuda do SNI, por se tratar de um filme religioso e para o qual tive como meu assistente o malogrado António Reis.
Senhora ministra, peço-lhe que pense bem nos verdadeiros problemas que estamos a viver, de modo a encontrar soluções eficazes e justas. Não pergunte quanto ganha um cineasta que por vezes trabalha durante dois anos debruçado repetidas vezes sobre o arranjo do seu guião para o ajustar ao seu reduzido custo de produção, como fora o caso de alguns filmes e em particular do Estranho Caso de Angélica. Nós, realizadores, não temos direito a qualquer reforma. Cada realizador ganha o seu salário só quando filma, sem garantia nenhuma de continuidade. Não pergunte quanto ganha um actor ou um bailarino. Calculo que sabe que não é muito e que a sua derradeira glória poderá vir a ser a de morrer pobre. Pergunte sim, por exemplo, quanto aufere o administrador da Lusomundo/Zon, o abafador, aquele que esconde os nossos filmes, e que não responde mais depois de se assegurar com um contrato, e que não responde nem a nós nem a quem quer ver e mostrar os filmes portugueses.
Neste momento difícil, penso sobretudo nos meus colegas realizadores mais jovens. Para eles, estes cortes são profundamente injustos. E penso que, como eu, eles não podem viver sem uma Cinemateca Nacional forte que possa mostrar, hoje e todos os dias, o que é a história do cinema. Não podem viver sem um laboratório de imagem e de som, como o da Tobis, onde há mais de setenta anos faço os meus filmes. Eles precisam de uma lei do cinema que efectivamente proteja o cinema português. E precisam de ser ouvidos para isso. Eles, como eu, sempre viveram na precariedade e na insegurança, sem reforma nem subsídio de desemprego, e sem nunca sabermos se não estaremos a fazer o nosso último filme. Eles, como eu, só temos um desejo: todos ambicionamos morrer a fazer filmes.

Realizador


A Crise e a Cultura I: o Manifesto

A Plataforma Geral da Cultura elaborou um manifesto contra o Governo do Estado, o qual ameaça aplicar severos cortes a um sector eternamente castigado com magras somas de apoio estatal. Reunida a 5 de Julho no Teatro Maria Matos, concebeu o texto que tem com primeiros destinatários o Primeiro-Ministro, a Ministra da Cultura e o Ministro das Finanças. A primeira forma de luta é uma petição pública, a qual devemos TODOS subscrever, e que está disponível em http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=DL72A.
Por mais fantoches que sejamos, ainda temos a liberdade de gritar: Acção!!
Transcrevemos o Manifesto, cuja leitura recomendamos.
LG
Para:Primeiro-Ministro; Ministra da Cultura; Ministro das Finanças

O sector da Cultura – as actividades culturais e a criação artística em geral – tem vindo a sofrer ao longo dos últimos dez anos, um sistemático desinvestimento por parte do Estado Português. A situação atingiu uma tal degradação, que o próprio Primeiro-Ministro o reconheceu na última campanha eleitoral, comprometendo-se a que na actual legislatura o sector da Cultura seria prioritário e veria o investimento do Estado consideravelmente aumentado: é isso que diz o Programa do Governo. E no entanto, desde o passado dia 18 de Junho, com a publicação do Decreto-Lei nº 72-A/2010 e as medidas que aí são impostas ao Ministério da Cultura - uma cativação geral de 20% e a retenção de 10% nos contratos celebrados e a celebrar - a situação abeira-se da catástrofe. Por isso queremos hoje e aqui reafirmar: 1. Estamos conscientes da crise que o país atravessa, mas há dez anos que o sector da Cultura vive com sucessivos cortes orçamentais, com verbas cada vez mais reduzidas: para a Cultura, a austeridade não está a começar agora, começou há já muitos anos. 2. Os profissionais das actividades culturais e artísticas há muito que fazem sacrifícios para manter a sua actividade e a sua profissão: trabalham com orçamentos cada vez mais escassos, trabalham com contrapartidas cada vez mais reduzidas. 3. Ao contrário do que diz a Senhora Ministra da Cultura, são os próprios profissionais e criadores, que vivem nesta situação, que em larga medida financiam eles próprios a actividade cultural em Portugal. 4. A criação cultural contemporânea portuguesa é uma das actividades que mais projecção internacional tem dado ao país. E internamente, como foi reconhecido num estudo independente, as indústrias culturais têm um peso cada vez mais significativo na economia portuguesa. 5. Os cortes que o Governo agora pretende fazer terão consequências dramáticas para os projectos actualmente em curso, com a sua paralisação e consequente fecho de empresas, estruturas, desemprego entre os trabalhadores sem protecção social, desencorajamento entre os criadores. 6. A falta de comunicação e de informação clara por parte do Ministério da Cultura e das suas Direcções-Gerais sobre a situação agora criada gerou um clima de inquietação e insegurança absolutamente inaceitável. Por isso não podemos hoje deixar de exigir: 1. A revogação imediata do artigo 49º do Decreto-Lei nº 72-A/2010, e da cativação de 20% das verbas do Ministério da Cultura, para a qual é suficiente a vontade política do Primeiro-Ministro. 2. Com a consequente revogação da redução em 10% sobre os contratos em curso ou a realizar durante o corrente ano, bem como do orçamento de Direcções-Gerais e Institutos do Ministério da Cultura directamente relacionados com os apoios à criação. 3. Mas exigimos sobretudo que o Estado Português assuma de forma clara o Direito à Cultura e o investimento na Cultura e nas Artes. 4. E que os profissionais da Cultura sejam encarados e tratados com o respeito que o seu trabalho merece, que se acabe de uma vez por todas com o discurso dos subsídio-dependentes, que se respeitem os criadores e os artistas portugueses.
Ada Pereira - PLATEIA – Associação de Profissionais das Artes Cénicas
Luís Urbano - Plataforma do Cinema
Pedro Borges - Plataforma do Cinema
Rui Horta - REDE – Associação de Estruturas para a Dança Contemporânea
Tiago Rodrigues - Plataforma do Teatro Os signatários

O Cineclube e a Laranja

Escrever sobre Stanley Kubrick não é tarefa fácil. Um homem anti-mediático, trabalhador compulsivo, minucioso, um realizador de génio. No entanto, o apontar destas características reflecte, talvez, aquela que define todas as outras: Kubrick era um brilhante jogador de xadrez. Ora, um jogador de xadrez deve saber analisar, antever, agir, de maneira a ter a global visão do jogo a que se dedica. E isto era o que fazia Kubrick em relação aos seus filmes de forma singular.
Para cada novo projecto, longamente amadurecido no recolhimento do seu solar na Inglaterra, Stanley Kubrick procurava novos desafios técnicos que, ao invés de se sobreporem ao tema que importa abordar, como largas vezes acontece, o resultado era o de exponenciar as potencialidades desse tema. É o caso dos efeitos visuais de vanguarda em 2001: A Space Odissey, 1968. Em 1975 utilizou lentes e câmaras modificadas de forma a poder filmar apenas com luz de velas, transmitindo o real ambiente dos salões oitocentistas, no filme Barry Lyndon. Em 1980, a rodagem de Shining foi o "laboratório" de utilização da steadicam, aparelho que permite rápidos movimentos de câmara sem trepidações indesejáveis.
Cedo se tornara fotógrafo da revista Life, ao tirar uma fotografia histórica que lhe valera a profissão: A mágoa de um vendedor de jornais que anunciava a morte do presidente Roosevelt. Na Life, cobre reportagens que são ponto de partida para temas dos seus primeiros filmes, actividade que abraça de forma definitiva pouco tempo depois. Assim, surgem as curtas-metragens Day of the Fight, 1951, The Flying Padre, 1951 e The Seafarers, 1952.
Em 1953 realiza Fear and Desire, primeira longa-metragem, cuja autoria renuncia anos depois. O filme Killer's Kiss, 1955, revela a sua habilidade de manipulação da luz em imagens em movimento, catapultando-o para projectos mais ambiciosos.
The Killing, 1956, leva o realizador para Hollywood, virando para ele os holofotes da notoriedade que o acompanhariam sempre. Todos os novos filmes de Stanley Kubrick eram agora envoltos em grande expectativa.
A justiça e a fraternidade são os temas de Paths of Glory, 1957, filme de guerra em que trabalha com Kirk Douglas, facto que lhe abriria as portas da realização de Spartacus, 1960, produzido e protagonizado por aquele actor.
Lolita, 1962, e Dr. Strangelove or How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb, 1964, são filmes que lidam com o universo obsessivo masculino, com os impulsos do amor e da guerra, como se se tratasse de um díptico em que "Eros" e "Thanatos" se encontram com a masculinidade; em James Mason obcecado com Lolita e Sterling Hayden com o armamento e o seu uso.
Kubrick explora sempre facetas humanas complexas. No auge da sua carreira, os filmes 2001: A Space Odissey, 1968, e A Clockwork Orange, 1971, reflectem essa tendência. No primeiro, o estabelecimento de contacto com formas de vida extraterrestre é levado a limites que podem ser, afinal, o contacto com o ser interior em cada um de nós. No segundo, a violência está no limite entre o ser individual e a sociedade, manipulando a assistência que passa do ódio à estima pelo protagonista Alexander DeLarge.
Ao exuberante e maravilhoso filme de época que é Barry Lyndon, 1975, e a história da ascensão social do seu protagonista, segue-se a incursão de Kubrick no território do terror e do fantasmagórico. Uma vez mais, os perturbantes acontecimentos que têm lugar no hotel, podem bem ter lugar na mente de um Jack Nicholson que tem neste filme - Shining, 1980 - um dos seus melhores desempenhos.
Full Metal Jacket, 1987, constitúi uma abordagem à Guerra do Vietname, ponto comum entre muitos realizadores norte-americanos. Kubrick procura demonstrar de que forma o treino militar de um combatente pode influir na sua vida, na sua mente, na sua reflexão sobre o terror da guerra.
Quando Eyes Wide Shut, 1999, estreou já o seu realizador não era vivo. A intensidade com que aborda neste filme a vida conjugal e a problemática da confiança, da fidelidade, da traição, levaria ao divórcio do par protagonista, casados na realidade. Nicole Kidman e Tom Cruise dão corpo (e alma) a uma obra controversa, com problemas de classificação etária, com arrojadas cenas de orgias, aflorando também o abuso de menores, o crime sangrento, o consumo de drogas, ou o envolvimento de figuras públicas em escândalos abafados.
O jogador de xadrez fazia, em última análise, aquilo que fazem os melhores realizadores de cinema: uma boa capacidade de observação, assimilação e devolução ao público dos factos. Ao público cabe, por fim, a observação da forma como as ideias de um cineasta lhe chega, para sua maior riqueza. Quem ousará dizer que, quando o Cineclube exibiu A Clockwork Orange (A Laranja Mecânica), não provocou um "boom" de riqueza cinematográfica em muitos espectadores?
Aconteceu isso em 2005, em plena Mostra de Cinema Europeu. Contámos com a presença de um amigo, o Filipe Lopes, crítico de cinema, multi-espectador deste filme e profundo admirador de Stanley Kubrick. Fica um excerto do evento.
LG


segunda-feira, 5 de julho de 2010

Mostra.11

É já neste mês de Julho que vamos poder contar com a edição nº 11 da Mostra de Cinema de Tavira, que terá lugar de dia 16 a dia 25. O programa que o Cineclube propõe, face aos condicionalismos existentes que se prendem com o facto de termos sempre de nos recorrer do que as distribuidoras têm em carteira, parece-nos de qualidade elevada, no âmbito do cinema produzido no Velho Continente no ano que decorreu desde a edição nº 10.
A abrir, o filme The Boat That Rocked de Richard Curtis, que fala de rock e do fenómeno das rádios piratas que, em Portugal, teria lugar 20 anos mais tarde, em 1986/87. Oportunidade para ver ou rever o brilhantismo e a exuberância de Philip Seymour Hoffman e Bill Nighy
Fica a nota que talvez abra o apetite para essa noite e para a Mostra (que surpresas haverá?) juntamente com a imagem que acompanha o evento e que, na nossa opinião, é um dos melhores cartazes de todas as 11 edições.
Dia 16, todos ao cinema. Mas atenção! A festa faz-se ao ar livre, mais concretamente na carismática casa das Mostras: o claustro do Convento do Carmo.
Um grande ambiente espera por todos.
LG