quinta-feira, 24 de março de 2011

Cleopatra Taylor, 1932-2011

Nunca é demais lembrar os que desapareceram do mundo, e que ficam, imortais, na memória colectiva e individual, em bocados da fílimica celulóide, enfim, na História do Cinema, arte que celebramos em Tavira todas as semanas.
Elizabeth Taylor, a controversa Liz Taylor, que dos 11 anos - com a cadela Lassie - em diante construíu uma brilhante e estrondosa carreira, deixou-nos durante o dia de ontem aos 79 anos. É porventura impossível não a identificar com a Cleopatra que compôs no filme homónimo, ao lado daquele que viria a ser o seu 5º marido, Richard Burton / Marco Antonio.
Mas as suas qualidades foram reconhecidas sobretudo com as nomeações para o Oscar de Melhor Actriz nos filmes Raintree County, Cat on a Hot Tin Roof e Suddenly, Last Summer. Os prémios da Academia chegaram depois, em Butterfield 8 e Who's Afraid of Virginia Woolf?.
Despediu-se das telas em 1994 no filme The Flintstones, e de uma vida preenchida na manhã de ontem.
LG

Filmografia:
There´s One Born Every Minute, Harold Young, 1942
Lassie Come Home, Fred M. Wilcox, 1943
Jane Eyre, Robert Stevenson, 1943
The White Cliffs of Dover, Clarence Brown, 1944
National Velvet, Clarence Brown, 1944
Life With Father, Michael Curtiz, 1947
Cynthia, Robert Z. Leonard, 1947
A Date With Judy, Richard Thorpe, 1948
Julia Misbehaves, Jack Conway, 1948
Little Women, Mervyn LeRoy, 1949
Conspirator, Victor Saville, 1949
The Big Hangover, Norman Krasna, 1950
Father of the Bride, Vincente Minnelli, 1950
Father's Little Dividend, Vincente Minnelli, 1951
A Place in the Sun, George Stevens, 1951
Quo Vadis, Mervyn LeRoy, 1951
Love is Better Than Ever, Stanley Donen, 1952
Ivanhoe, Richard Thorpe, 1952
The Girl Who Had Everything, Richard Thorpe, 1953
Rhapsody, Charles Vidor, 1954
Elephant Walk, William Dieterle, 1954
Beau Brummell, Curtis Bernhardt, 1954
Last Time I Saw Paris, Richard Brooks, 1954
Giant, George Stevens, 1956
Raintree County, Edward Dmytryk, 1957
Cat on a Hot Tin Roof, Richard Brooks, 1958
Suddenly, Last Summer, Joseph L. Mankiewicz
Scent of Mystery, Jack Cardiff, 1960
Butterfield 8, Daniel Mann, 1960
Cleopatra, Joseph L. Mankiewicz, 1963
The V.I.P.s, Anthony Asquith, 1963
The Sandpiper, Vincente Minnelli, 1965
Who's Afraid of Virginia Woolf?, Mike NIchols, 1966
The Taming of the Shrew, Franco Zeffirelli, 1967
Doctor Faustus, Richard Burton, Nevill Coghill, 1967
Reflections in a Golden Eye, John Huston, 1967
The Comedians, Peter Glenville, 1967
Boom, Joseph Losey, 1968
Secret Ceremony, Joseph Losey, 1968
Anne of the Thousand Days, Charles Jarrott, 1969
The Only Game in Town, George Stevens, 1970
Zee and Co., Brian G. Hutton, 1972
Under Milk Wood, Andrew Sinclair, 1972
Hammersmith is Out, Peter Ustinov, 1972
Night Watch, Brian G. Hutton, 1973
Ash Wednesday, Larry Peerce, 1973
Identikit, Giuseppe Patroni Griffi, 1974
The Blue Bird, George Cukor, 1976
A Little Night Music, Harold Prince, 1977
Winter Kills, William Richert, 1979
The Mirror Crack'd, Guy Hamilton, 1980
Il Giovani Toscanini, Franco Zeffirelli, 1988
The Flintstones, Brian Levant, 1994

Artur Agostinho, 1921-2011

De anteontem chega a triste notícia do desaparecimento de Artur Agostinho, aos 90 anos. Com a fama - e proveito - de ser essencialmente um comunicador, não deixou por isso de inscrever o seu nome no cinema, representando em várias longas-metragens.
Os mais novos identificam-no com umas quantas telenovelas e outras séries televisivas. Os menos novos, conseguem lembrar-se da forma como abrilhantava alguns concursos de televisão nos idos de 8o. Mas a sua notabilidade parte, e esteve sempre, na rádio, sobretudo nas rubricas desportivas, onde foi um exímio comentador, quer em futebol, quer noutras modalidades que já tiveram mais atenção da comunicação social.
Falando de cinema, onde fez dezenas de trabalhos de locução em documentários, Artur Agostinho actor - que também experimentou o teatro - contracenou com gigantes das telas e dos palcos portugueses. António Silva e Laura Alves encabeçam uma lista que conta também com presenças como Amália Rodrigues, Milú, Curado Ribeiro, Virgílio Teixeira e Raul Solnado.
Singela homenagem esta, em formato de blog, onde deixamos a filmografia como actor de Artur Agostinho.
LG

1947 - Aqui Portugal!, Armando de Mranda
1947 - Capas Negras, Armando de Miranda
1947 - O Leão da Estrela, Arthur Duarte
1949 - Cantiga da Rua, Henrique Campos
1951 - Sonhar é Fácil, Perdigão Queiroga
1957 - Dois Dias no Paraíso, Arthur Duarte
1958 - Alguns dos Muitos... Problemas de Trânsito (curta-metragem), João Mendes
1958 - O Tarzan do 5º Esquerdo, Augusto Fraga
1959 - O Metropolitano (curta-metragem), Arthur Duarte
1960 - Encontro Com a Vida, Arthur Duarte
2004 - Tudo Isto é Fado, Luis Galvão Teles

quarta-feira, 2 de março de 2011

Barry, John Barry (1933-2011)

Está já longe de ser notícia, pois passou mais de um mês desde que foi anunciado.
O blog vem, tardiamente, prestar homenagem a um vulto incontornável do Cinema, no campo da composição musical. John Barry desapareceu a 30 de Janeiro aos 77 anos, deixando de legado uma vasta obra que percorre mais de quatro décadas de escrita de música, consagrada com inúmeros prémios incluindo cinco Óscares.
Além das oscarizadas partituras dos filmes Born Free (1966, que ganhou dois prémios da Academia - Música e Canção originais), Lion in Winter (1968), Out of Africa (1985) e Dances With Wolves (1990); merecem referência, também os títulos: Midnight Cowboy (1969), Body Heat (1981), The Cotton Club (1984), Peggy Sue Got Married (1986) e Chaplin (1992).
Para os aficionados do agente 007, fica a nota de que John Barry fez música para 11 filmes da série James Bond, apesar de não ser o criador do tema com que o agente secreto é identificado. Essa honra, que cabe a Monty Norman - justiça se faça - em 1962, não apaga a intrínseca ligação entre os dois J. B. britânicos - Barry e Bond.
A importância do seu trabalho para a 7ª Arte é tão rica e importante como é incontornável o seu estilo melodioso caracterizado pela repetição das curtas passagens das suaves melodias que compunha.
LG

Outros temas: Goldfinger (1964), The Knack... and How to Get It (1965), On Her Majesty's Secret Service (1969), Mary, Queen of Scots (1971), The Day of the Locust (1975), King Kong (1976), Robin and Marian (1976), The Black Hole (1979), Ruby Cairo (1993), A View to a Kill (1985), The Living Dayligts (1987), Indecent Proposal (1993)

Colin e Portman: Uns e ...os Outros

As previsões apontavam Colin Firth e Natalie Portman como vencedores dos Oscares para os melhores actor e actriz do ano. Do primeiro, prémio justo para um actor que, até The King's Speech, construiu uma carreira pautada pela competência, profissionalismo e qualidade. Longe vai a formação teatral, arte em que tem vasta experiência e à qual sempre regressa. A notoriedade chegou com o televisivo Pride and Prejudice em 1995, e com filmes como Valmont, The English Patient, Shakespeare in Love, Bridget Jones Diary, Love Actually e Mamma Mia!.
O que aconteceu aos outros nomeados no campo da representação no filme The King's Speech? Terá sido uma surpresa ver Geoffrey Rush e Helena Bonham Carter serem preteridos, a favor dos candidatos de The Fighter? Talvez não, pois Melissa Leo e Christian Bale são, desde há muito, actores de segunda linha que, graças ao filme de David O. Russell, saltaram para o estrelato.
Longe vão os tempos do petiz Bale que se fascinava com os aviões de guerra - Cadillac of the skies - em Empire of Sun de Steven Spielberg. Passou mais ou menos "incógnito" em filmes como Portrait of a Lady e Velvet Goldmine, mas American Psycho deu-lhe notoriedade, antes dos Batman - The Dark Night - da era pós-Tim Burton. De Melissa Leo, muito poucos se lembrarão da sua passagem pela série televisiva Miami Vice dos anos 80, actriz que se catapultou com 21 Grams e a série The L Word na televisão.
Numa noite em que não houve vitórias esmagadoras, as chamadas "categorias técnicas" foram divididas pelos filmes The Social Network (3) e Inception (4), o mesmo número de Oscares ganhos por The King's Speech, vencedor natural com Argumento Original, Actor, Realizador e Filme.
Natalie Portman dispensa qualquer comentário depois de tantos prémios. Consagração definitiva e culminar de carreira de um filme - Black Swan - feito à sua medida.
O blog deixa aqui a lista completa dos vencedores.
LG

Russell, the Outlaw (1921-2011)

Com o falecimento, há dois dias, de Jane Russell, desaparece um incontornável sex symbol da História do Cinema. Quase uma década depois, Marilyn Monroe daria nas vistas, com quem contracenaria mais tarde em Gentlemen Prefer Blondes.
Desconhecida actriz, foi descoberta pelo milionário excêntrico e aspirante de cineasta Howard Hughes. O resultado foi o western The Outlaw - A Terra dos Homens Perdidos, realizado por Hughes, depois de despedir desse cargo o outro Howard, Hawks. Rodado em 1941, só estrearia em 1943 - apenas numa sala - pois Hughes recusou-se a aplicar os cortes que a censura determinara. Isto é, os perturbantes planos de Jane Russell e dos seus dotes físicos determinariam a pobre carreira de um filme que, de resto, não é nenhuma obra-prima...
Disse Hughes: "Há dois bons motivos para os homens irem ver o filme". E para bom entendedor meia palavra basta. Jane Russell, rotulada como sex symbol, viu a sua carreira colada à imagem deste filme sem que se fizesse justiça ao seu talento.
Em finais dos anos 50 deixou o Cinema, dedicando-se a esporádicos trabalhos em clubes, televisão e teatro, de onde não sairia. Alguns filmes na década de 60 não a fizeram voltar à tela pela porta grande.
Desaparecida anteontem, 28 de Fevereiro, o blog presta-lhe homenagem e deixa a sua filmografia para cinema.
LG

The Outlaw, A Terra dos Homens Perdidos, Howard Hughes, 1943
Young Widow, Escrava do Passado, Edwin L. Marin, 1946
The Paleface, Norman MacLeod, 1948
His Kind of Woman, John Farrow, 1951
Double Dynamite, Casar Não Custa, Irving Cummings, 1951
Macao, Macau, Josef von Sternberg, 1952
The Las Vegas Story, Robert Stevenson, 1952
Son of Paleface, Frank Tashlin, 1952
Montana Belle, Allan Dwan, 1952
Gentlemen Prefer Blondes, Os Homens Preferem as Loiras, Howard Hawks, 1953
The Frenchline, Lloyd Bacon, 1953
Foxfire, Joseph Pevney, 1955
Underwater!, John Sturges, 1955
Gentlemen Marry Brunettes, Os Homens Preferem as Morenas, Richard Sale, 1955
The Tall Men, Duelo de Ambições, Raoul Walsh, 1955
Hot Blood, Sangue Cigano, Nicholas Ray, 1956
The Revolt of Mamie Stover, Raoul Walsh, 1956
The Fuzzy Pink Nightgown, Norman Taurog, 1957
Johnny Reno, R. G. Springsteen, 1966
Waco, R. G. Springsteen, 1966
The Born Losers, Tom Laughlin, 1967
Darker Than Amber, Robert Clouse, 1970