terça-feira, 12 de julho de 2011

Do Abstarcto ao Figurativo









A arte abstracta e a fotografia estão em exposição no Palácio da Galeria em Tavira.
Nascido em Sevilha em 1934, Luis Gordillo é um dos mais significativos representantes da pintura abstracta de Espanha. No seu percurso são notórias as influências abstractas cubistas de Fernand Léger, do Informalismo ou da Arte Pobre, ou ainda de uma série de subcorrentes que agregavam os AAA - American Abstract Artists, bem como se adivinha, aqui e ali, vagas sugestões da Pop Art de Andy Wharol e seus seguidores.




Em 2007, culminando cerca de meio século de actividade de criação, de muitas exposições - também internacionais - e um bom punhado de distinções, vence o importante Prémio Velasquez para as Artes Plásticas.
Tavira junta-se agora ao currículo de exposições individuais de Luis Gordillo, em mais uma iniciativa organizada pela equipa de Cultura da Câmara Municipal.


Quem for ao Palácio da Galeria, verá como a luz do dia e as paredes do pátio do edifício, de um branco reequilibrador, funcionam como charneira entre este universo de pintura, de abstraccionismo, de interpretação onírica; e um outro universo de objectividade, de fixação da realidade, de imagens tão figurativas como são as da arte fotográfica.


Cem anos de actividade é muito tempo, ainda que se trate do trabalho de quatro gerações de fotógrafos. É assim a família Andrade de Tavira. Quando Apolinário se fixou em Tavira, vindo de Castro Marim, não imaginaria que Miguel, seu bisneto, estaria actualmente em actividade como fotógrafo. E só este dado tem a natural beleza que, à partida, só as próprias famílias reconhecem e compreendem.


Mas em Tavira não é assim. Os filhos de Apolinário - Damião, Luís, João - são sobejamente conhecidos ou recordados, com o respeito e a estima de todos, para juntamente com os netos Luís ou Alcide, fazerem da família Andrade uma referência.


São cem anos a fotografar Tavira e os tavirenses. São muitos milhares de fotografias, são muitas horas de dedicação, são muitas pessoas unidas, em família e em vocação.


A homenagem é merecida. Em boa hora a Câmara Municipal de Tavira celebra uma família que deixa de legado - e continua a deixar todos os dias - para a posteridade, um riquíssimo arquivo de imagens de Tavira, sem o qual a investigação histórica sobre a região seria, de todo o modo, radicalmente diferente.


Mas a Câmara Municipal de Tavira vai mais longe, e há uma afirmação de vontade em prolongar a investigação histórica até ao detalhe individual. Para isso, todos os que visitarem este trabalho estão convidados. Assim, e como se expressa durante a exposição, se identificar alguém, por favor deixe assinalado no livro de visitas. E assim o tavirense colabora na historiografia da sua cidade.


Vale a pena a visita, que termina como nós mais gostamos, isto é, com filmes ou, neste caso, com imagens em movimento. Montagem do Miguel Andrade.


Vale a pena a visita.


LG












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