
Todos conhecemos o nosso estimado Cine-Teatro António Pinheiro. Consta que
vai desaparecer nos próximos tempos para dar lugar a um outro cine-teatro mais habilitado para fazer face às exigências culturais de uma cidade e região que se quer em permanente evolução cultural. Faço votos para que tal aconteça, e que a autarquia e o arquitecto Júlio Quaresma - um velho conhecido - saibam dar corpo e alguma alma a um projecto que me parece de suma importância para a cidade. E, já agora, que se saiba ouvir de quem sabe, as necessidades técnicas prementes e inerentes ao seu funcionamento.
Também faço votos que, à imagem do que aconteceu com a passagem entre o desaparecido Teatro Popular (e rebaptizado Cine-Teatro António Pinheiro) e o actual que todos conhecemos; se saiba preservar o nome de uma individualidade que todos conhecem da degradada fachada da sala de espectáculos de Tavira, mas que poucos sabem o que ele significa.
No último dia 21 de Dezembro, passaram os 141 anos do seu nascimento e, à semelhança do que aconteceu nos anteriores 140, nada se fez para assinalar a efeméride, ligada a, sem dúvida nenhuma, um dos maiores vultos das artes (se não o maior), de naturalidade tavirense. O blog presta aqui a sua singela homenagem que, pelo que atrás se diz, vem porventura a propósito.
António José Pinheiro (21/12/1867-2/3/1943), foi uma sumidade como poucas no panorama do Teatro Português. Foi actor, encenador, director de companhia e professor de "arte de representar". Fundou grémios e instituições de apoio ao artista. Pensou e escreveu sobre representação e sobre a problemática do Teatro do seu tempo. Deixou três livros de memórias.
O teatro era a sua actividade do coração, mas não é de desprezar a sua passagem pela 7ª Arte, onde chegou a fazer direcção de actores e depois realização.
Eis a sua filmografia:
1913 - Milagres de Nossa Senhora da Penha (no Brasil), de Alberto Botelho
1920 -
Fidalgos da Casa Mourisca, de Georges Pallu
1921 -
Amor de Perdição, de Georges Pallu
1922 -
O Destino, de Georges Pallu
1922 -
Mulheres da Beira ou
Funesta Ambição, de Rino Lupo
1923 -
O Primo Basílio, de Georges Pallu
1923 -
Cláudia, de Georges Pallu
1924 -
A Tormenta, de Georges Pallu
1924 -
Tinoco em Bolandas, também realizador
1924 -
Tragédia de Amor, também realizador
1925 -
Lucros... Ilícitos, de Georges Pallu
1931 -
A Portuguesa de Nápoles, de Henrique Costa
LG