quinta-feira, 2 de abril de 2015

Farewell


Há pouco, durante o almoço, soube da notícia do falecimento de Manoel de Oliveira. Recordei alguns filmes do cineasta, cuja obra tenho o privilégio de conhecer totalmente, de facto, salvo os casos de filmes perdidos. Mas recordei sobretudo a pessoa e o dia que passei na sua companhia. Estávamos em 2000/2001, e era ele um "jovem" de 90 anos. Preparava o filme "O Porto da Minha Infância", e revia, com a minha ajuda, alguns filmes de sua autoria para aproveitar imagens já desaparecidas; incluindo a obra que infelizmente agora deixou de ser proibida, "Visita ou Memórias e Confissões", 1982, que por sua vontade se exibiria apenas após a sua morte. 
Mas recordo sobretudo a sua destreza de raciocínio a trabalhar e a postura elegantíssima e de atleta (ainda) sentado na cadeira. E a forma como recusou um bife grelhado, por atenção à sua idade e eventuais restrições alimentares, para degustar, como todos, um belíssimo cozido à portuguesa.
Manoel de Oliveira era o mais antigo cineasta do mundo em actividade e o único que sobrevivia dos tempos do cinema mudo.
Um abraço, onde quer que esteja.
LG


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