Estar longe da pessoa de quem gosta é o que leva o jovem iraquiano Bilal a viajar do Curdistão até Calais, para enfim atravessar o Canal da Mancha e encontrar o seu destino. Bilal encontra o limbo, preso entre a não repatriação por causa da guerra e o estigma da ilegalidade.
Impõe-se a travessia do canal, nem que seja a nado, e assim começa a relação com Simon, professor de natação, em processo de divórcio e preso à solidão. Assim nasce uma amizade impulsionada pela natação e pela necessidade de ter companhia.
Bilal é a lição que nos diz que no Médio Oriente também há seres humanos, pessoas com medos, desejos e emoções, num filme que deixa completamente de lado a problemática da imigração ilegal. Simon representa o auxílio, que surge subitamente na vida, quando parece não haver solução para os problemas em que se tropeça.
Como pano de fundo, o mar, elemento purificador, libertador, objectivo a transpor com esperança num horizonte de paz. Paz encontrada por Simon, que reparando no estranho, no exótico, no Outro, canaliza através de Bilal o seu desperar de dias negros, para uma consciência cívica, fraterna e talvez paterna, talvez nostálgica.
Com uma história a conversar com o nosso interior e a paisagem tranquila do mar ficará o leitor/espectador, últimas imagens de cinema antes das festividades natalícias. Para que se perceba, também, que o Natal é muito mais do que presentes e uma mesa bem composta.
Bom filme com beijinhos e abraços de Boas Festas.
LG
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