Eric Rohmer confunde-se com a história do cinema francês e europeu. Exímio narrador cinematográfico, aliava a narrativa por imagens a uma construção de diálogos magnífica. Arauto da Nouvelle Vague com Jean-Luc Godard, François Truffaut e Claude Chabrol, deixou a realidade ontem, aos 89 anos. Ficam em seu lugar os seus textos e os seus filmes, lugares de ficção que reflectem sobre a vida.
A vida é, justamente e paradoxalmente, a palavra que melhor define os seus filmes. A vida e as suas emoções postas em película, para além do próprio cinema. Disse Rohmer no início dos anos 80 a propósito de uma certa tendência europeia: "O que é que me incomoda nestes filmes? É quando falam de cinema. Actualmente acho que o cinema está demasiado debruçado sobre si próprio, a ponto de já não se mostrarem senão pessoas de cinema. Acho que há aí um empobrecimento em inspiração que me parece bastante grave, uma espécie de esclerose do cinema." Esta declaração vem a propósito, feita que foi ao Cahiers du Cinéma (nº 346, Abril de 1983).
Lugar primeiro de reflexão sobre cinema em França, a célebre revista contou com a colaboração do próprio Rohmer, tal como com a dos seus pares. Laboratório de escrita e "escola" de cineastas que ali se juntaram, foi "lugar de confluência de paixões diversas em relação ao cinema", originando a Nouvelle Vague e despertando vocações e cinematografias em outros países. A geração do Cinema Novo Alemão ou o Cinema Novo Português são disso exemplos.
Eric Rohmer começou a realizar em 1950 com a curta-metragem Journal d'un Scélérat, filmando a primeira longa-metragem em 1959 (Le Signe du Lion). A sua última obra data de 2007 e recebeu o título Les Amours d'Astrée et de Céladon.
LG
Filmografia em Cinema:
Journal d'un Scélérat, 1950
Présentation ou Charlotte et Son Steak, 1951
Les Petites Filles Modèles, 1952 (incompleto, co-realizado com Pierre Guilbaud)
Bérénice, 1954
La Sonate à Kreutzer, 1956
Charlotte et Véronique ou Tous Les Garçons s'Appellent Patrick, 1957 (Argumento e diálogos. Realização de Jean-Luc Godard)
Véronique et son Cancre, 1958
Le Signe du Lion, 1959
Six Contes Moraux I: La Boulangère de Monceau, 1962
Six Contes Moraux II: La Carrière de Suzanne, 1963
Nadja à Paris, 1964
Place de l'Étoile, 1965 (sketch de Paris Vu Par... Os outros sketches são realizados por Claude Chabrol, Jean Douchet, Jean-Luc Godard, Jean-Daniel Pollet e Jean Rouch)
Une Étudiante d'Aujourd'Hui, 1966
Six Contes Moraux IV: La Colectionneuse, 1967
Fermière à Montfaucon, 1968
Six Contes Moraux III: Ma Nuit Chez Maud, 1969
Six Contes Moraux V: Le Genou de Claire, 1970
Six Contes Moraux VI: LÁmour l'Après-Midi, 1972
Die Marquise von O..., 1976
Perceval le Galois, 1978
La Femme de l'Aviateur, 1981
Le Beau Mariage, 1982
Pauline à la Plage, 1983
Les Nuits de la Pleine Lune, 1984
Le Rayon Vert, 1986
4 Aventures de Reinette et Mirabelle, 1987
L'Ami de Mon Ami, 1987
Les Jeux de Société, 1989
Conte de Printemps, 1990
Conte d'Hiver, 1992
L'Arbre, le Maire et la Médiatèque, 1993
Les Rendez-Vous de Paris, 1995
Conte d'Été, 1996
Conte d'Automne, 1998
L'Anglaise et le Duc, 2001
Triple Agent, 2004
Le Canapé Rouge, 2005
Les Amours d'Astrée et de Céladon, 2007
A vida é, justamente e paradoxalmente, a palavra que melhor define os seus filmes. A vida e as suas emoções postas em película, para além do próprio cinema. Disse Rohmer no início dos anos 80 a propósito de uma certa tendência europeia: "O que é que me incomoda nestes filmes? É quando falam de cinema. Actualmente acho que o cinema está demasiado debruçado sobre si próprio, a ponto de já não se mostrarem senão pessoas de cinema. Acho que há aí um empobrecimento em inspiração que me parece bastante grave, uma espécie de esclerose do cinema." Esta declaração vem a propósito, feita que foi ao Cahiers du Cinéma (nº 346, Abril de 1983).
Lugar primeiro de reflexão sobre cinema em França, a célebre revista contou com a colaboração do próprio Rohmer, tal como com a dos seus pares. Laboratório de escrita e "escola" de cineastas que ali se juntaram, foi "lugar de confluência de paixões diversas em relação ao cinema", originando a Nouvelle Vague e despertando vocações e cinematografias em outros países. A geração do Cinema Novo Alemão ou o Cinema Novo Português são disso exemplos.
Eric Rohmer começou a realizar em 1950 com a curta-metragem Journal d'un Scélérat, filmando a primeira longa-metragem em 1959 (Le Signe du Lion). A sua última obra data de 2007 e recebeu o título Les Amours d'Astrée et de Céladon.
LG
Filmografia em Cinema:
Journal d'un Scélérat, 1950
Présentation ou Charlotte et Son Steak, 1951
Les Petites Filles Modèles, 1952 (incompleto, co-realizado com Pierre Guilbaud)
Bérénice, 1954
La Sonate à Kreutzer, 1956
Charlotte et Véronique ou Tous Les Garçons s'Appellent Patrick, 1957 (Argumento e diálogos. Realização de Jean-Luc Godard)
Véronique et son Cancre, 1958
Le Signe du Lion, 1959
Six Contes Moraux I: La Boulangère de Monceau, 1962
Six Contes Moraux II: La Carrière de Suzanne, 1963
Nadja à Paris, 1964
Place de l'Étoile, 1965 (sketch de Paris Vu Par... Os outros sketches são realizados por Claude Chabrol, Jean Douchet, Jean-Luc Godard, Jean-Daniel Pollet e Jean Rouch)
Une Étudiante d'Aujourd'Hui, 1966
Six Contes Moraux IV: La Colectionneuse, 1967
Fermière à Montfaucon, 1968
Six Contes Moraux III: Ma Nuit Chez Maud, 1969
Six Contes Moraux V: Le Genou de Claire, 1970
Six Contes Moraux VI: LÁmour l'Après-Midi, 1972
Die Marquise von O..., 1976
Perceval le Galois, 1978
La Femme de l'Aviateur, 1981
Le Beau Mariage, 1982
Pauline à la Plage, 1983
Les Nuits de la Pleine Lune, 1984
Le Rayon Vert, 1986
4 Aventures de Reinette et Mirabelle, 1987
L'Ami de Mon Ami, 1987
Les Jeux de Société, 1989
Conte de Printemps, 1990
Conte d'Hiver, 1992
L'Arbre, le Maire et la Médiatèque, 1993
Les Rendez-Vous de Paris, 1995
Conte d'Été, 1996
Conte d'Automne, 1998
L'Anglaise et le Duc, 2001
Triple Agent, 2004
Le Canapé Rouge, 2005
Les Amours d'Astrée et de Céladon, 2007
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