Não. Não se trata de uma publicidade à marca Jack Daniel's. Trata-se sim, das emoções fortes que o evento MOTELx pode proporcionar aos espectadores que acorrem às exibições do Festival de Cinema de Terror de Lisboa.
Independentemente de ser um género de eleição de uma ou de outra pessoa, a verdade é que há experiências que cativam o espectador. O apelo do sofrimento é, acredite-se ou não, natural no Homem, um Ser que vive na "corda bamba" da sua dualidade Eros / Thanatos, isto é, entre o Amor e a Morte.
Sobre o MOTELx 2009 salientam-se dois dias. O primeiro, dia 3/9 (ontem), foi dia de festa. A curta-metragem Reborn, de António Pascoalinho, apresentou-se ao público como não mais do que uma paródia em torno do género, contando no elenco, como Pascoalinho, um crítico e entusiasta do género, Filipe Lopes, velho amigo do nosso Cineclube, mas de quem nem todos se conseguirão lembrar, e que nos brindou há anos com a apresentação de A Clockwork Orange, de Stanley Kubrick.
À longa-metragem Linkeroever, ("Margem Esquerda" no título português), produção belga de 2008 realizada por Pieter Van Hees, um morna história de uma paixão prejudicada por cultos satânicos com origens medievais, sucedeu um dos pontos altos do dia. A projecção do filme português de vanguarda A Dança dos Paroxismos, de Jorge Brum do Canto, 1929, conto fantástico que alia o sobrenatural ao bucólico e onírico, que o autor dedicou a Marcel L'Herbier. A novidade foi a música criada e agora apresentada ao vivo durante a projecção, com base em guitarra, teclas e samplers.
Extraordinário, é o facto de este filme ter sido restaurado pela Cinemateca Portuguesa, sem que esta instituição tenha cedido ao MOTELx uma cópia nova a condizer com esse restauro, com as expectativas construidas em torno da sessão (praticamente esgotada), e com a presença de centenas de interessados, profissionais e investigadores do género fantástico.
A razão da atitude da Cinemateca? Simples, o facto de no mesmo dia e à mesma hora, a instituição projectar uma cópia - esta sim - a partir do restauro, colhendo os louros que ninguém lhe tiraria por essa façanha. A Sala Félix Ribeiro não teve um terço dos espectadores da Sala 1 do Cinema São Jorge, a 200 metros de distância uma da outra...
A noite continuou com a exibição de X de Jorge Cramez, uma maçada travestida de filme de terror "barato" que, de resto, é o apanágio do próprio enredo. Mas para o fim estava reservado Martyrs, produção francesa de 2008, realizada por Pascal Laugier. Considerado um dos pontos altos do certame, a sessão da meia-noite não gorou expectativas. Premiado no Festival Internacional de Cinema de Catalunya, conta a história de uma rapariga raptada e mantida em cativeiro por um casal em condições sub-humanas. Depois de escapar, e volvidos 15 anos, procura vingar-se não por ela, mas por uma fantasma que a martiriza. O resto não posso contar. Posso apenas sugerir que se tente trazer o filme a Tavira, um caso sério de Cinema de Terror que toca o fantasmagórico, o gore e o terror psicológico.
O MOTELx termina no dia 6/9, dia em que é homenageado um realizador português - o cineasta maldito do Cinema Português - com a projecção da sua obra de 1992 A Maldição de Marialva: António de Macedo. Adaptado do conto A Dama Pé-de-Cabra, é uma obra do homem que mais trabalhou o fantástico, o exotérico em Portugal. Mas sobre esse assunto, fica para falar noutra oportunidade.
Abraços "cineclubísticos".
Independentemente de ser um género de eleição de uma ou de outra pessoa, a verdade é que há experiências que cativam o espectador. O apelo do sofrimento é, acredite-se ou não, natural no Homem, um Ser que vive na "corda bamba" da sua dualidade Eros / Thanatos, isto é, entre o Amor e a Morte.
Sobre o MOTELx 2009 salientam-se dois dias. O primeiro, dia 3/9 (ontem), foi dia de festa. A curta-metragem Reborn, de António Pascoalinho, apresentou-se ao público como não mais do que uma paródia em torno do género, contando no elenco, como Pascoalinho, um crítico e entusiasta do género, Filipe Lopes, velho amigo do nosso Cineclube, mas de quem nem todos se conseguirão lembrar, e que nos brindou há anos com a apresentação de A Clockwork Orange, de Stanley Kubrick.
À longa-metragem Linkeroever, ("Margem Esquerda" no título português), produção belga de 2008 realizada por Pieter Van Hees, um morna história de uma paixão prejudicada por cultos satânicos com origens medievais, sucedeu um dos pontos altos do dia. A projecção do filme português de vanguarda A Dança dos Paroxismos, de Jorge Brum do Canto, 1929, conto fantástico que alia o sobrenatural ao bucólico e onírico, que o autor dedicou a Marcel L'Herbier. A novidade foi a música criada e agora apresentada ao vivo durante a projecção, com base em guitarra, teclas e samplers.
Extraordinário, é o facto de este filme ter sido restaurado pela Cinemateca Portuguesa, sem que esta instituição tenha cedido ao MOTELx uma cópia nova a condizer com esse restauro, com as expectativas construidas em torno da sessão (praticamente esgotada), e com a presença de centenas de interessados, profissionais e investigadores do género fantástico.
A razão da atitude da Cinemateca? Simples, o facto de no mesmo dia e à mesma hora, a instituição projectar uma cópia - esta sim - a partir do restauro, colhendo os louros que ninguém lhe tiraria por essa façanha. A Sala Félix Ribeiro não teve um terço dos espectadores da Sala 1 do Cinema São Jorge, a 200 metros de distância uma da outra...
A noite continuou com a exibição de X de Jorge Cramez, uma maçada travestida de filme de terror "barato" que, de resto, é o apanágio do próprio enredo. Mas para o fim estava reservado Martyrs, produção francesa de 2008, realizada por Pascal Laugier. Considerado um dos pontos altos do certame, a sessão da meia-noite não gorou expectativas. Premiado no Festival Internacional de Cinema de Catalunya, conta a história de uma rapariga raptada e mantida em cativeiro por um casal em condições sub-humanas. Depois de escapar, e volvidos 15 anos, procura vingar-se não por ela, mas por uma fantasma que a martiriza. O resto não posso contar. Posso apenas sugerir que se tente trazer o filme a Tavira, um caso sério de Cinema de Terror que toca o fantasmagórico, o gore e o terror psicológico.
O MOTELx termina no dia 6/9, dia em que é homenageado um realizador português - o cineasta maldito do Cinema Português - com a projecção da sua obra de 1992 A Maldição de Marialva: António de Macedo. Adaptado do conto A Dama Pé-de-Cabra, é uma obra do homem que mais trabalhou o fantástico, o exotérico em Portugal. Mas sobre esse assunto, fica para falar noutra oportunidade.
Abraços "cineclubísticos".
LG
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