Por mais silencioso que o blog esteja, não deixa por isso de estar atento ao que se passa no Cineclube, na actividade cultural e na cidade do Gilão.
Na verdade, o blog vem dar sinal de vida muito a propósito dos três tópicos anteriores, para dar conta do chamado Bazar de Caridade / Jumble Sale do Cineclube de Tavira, realizado no último dia 7 de Abril, que se traduziu num êxito surpreendente e transcendente.
As vendas ocorreram a um ritmo extraordinário (os preços obviamente ajudaram), mas é preciso fazer uma análise mais aprofundada do evento.
As vendas ocorreram a um ritmo extraordinário (os preços obviamente ajudaram), mas é preciso fazer uma análise mais aprofundada do evento.
Como muitas outras instituições e associações, o Cineclube passa por uma séria crise financeira, a qual ameaça encerrar a sua actividade por falta de verbas, apoios e condições para continuar a programar cinema e cultura.
O André Viane, como é sabido, é homem de teimosia saudável, e é a peça fundamental da engrenagem da exibição cinematográfica no Cine-Teatro António Pinheiro que, como todos sabemos, é um espaço alternativo à exibição pura e desenfreadamente comercial em Tavira.
Ora, a ideia de uma jumble sale é resultado de uma leitura do estado de coisas mas é também, e a montante, a certeza de que tal ideia teria uma receptividade muito positiva.
Não nos referimos ao montante angariado - acima das expectativas e que permite sobreviver um pouco mais - mas sim à quantidade de pessoas que gostam de cinema, que frequentam o Cineclube, que respeitam o trabalho que por cá se vai fazendo e que têm vontade de que as coisas não piorem. Deste modo, e como o André Viane frisou, o evento "demonstra claramente que as pessoas QUEREM a continuidade das sessões regulares do Cineclube".
Contudo, estas pessoas, que entregaram de bom grado objectos e utensílios postos de lado e com as mais variadas aplicações, para que o Cineclube as vendesse e realizasse verbas, apontam muito claramente para as Mostras de Cinema que o Cineclube realiza no Verão desde 2000. Tais eventos, são impossíveis de levar a efeito sem apoios mais consistentes, isto é, sem a sua integração no programa cultural de Verão do município, logo, com uma máquina financeira e logísticamente mais robusta.
Assim, a comunidade tavirense fez realçar a vontade de ter cinema de qualidade na sua cidade, e manifestou claramente que quer continuar a poder contar com a Mostra de Cinema Europeu de Tavira e a Mostra de Cinema Não Europeu de Tavira; eventos que se têm vindo a destacar no seio do programa municipal Verão em Tavira, no sentido de se evidenciarem cada vez mais como a pedra basilar deste programa.
Não é só o André Viane e os sócios-colaboradores do Cineclube que estão de parabéns. É todo o público real e potencial do Cineclube e de Cultura em Tavira. É o turista que sabe que existe um cineclube e umas mostras de cinema para fechar os seus dias nas férias de Verão. É o tavirense de raíz e o integrado na sociedade que também contribuíu, não só com objectos para venda mas também com donativos que provêm de naturais dos lugares que o André Viane já salientou e que aqui deixamos também explicitado: Alemanha, Argentina, Bélgica, Brasil, Dinamarca, Estados Unidos, França, Noruega, Reino Unido, Suécia e Suíça.
A Cultura e a Globalidade respiram, de facto, em Tavira... e Viva o Cinema!
LG
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