Ao contrário de vários outros, com Constantin Costa-Gavras à cabeça, que pertencem a um grupo de cineastas gregos em permanente "emigração nómada", como Polanski o é em relação à Polónia; Angelopoulos filmava a Grécia real, a Grécia contemporânea, ainda que por vezes a confrontasse com as suas incontornáveis raízes Clássicas.
Vencedor do Leão de Ouro em Veneza 1980 e da Palma de Ouro em Cannes 1998, Theo Angelopoulos filmava a questão do ser grego, em pequenas epopeias e odisseias que se desenrolam "dentro de um circuito frequentemente fechado", nas quais as personagens não cumprem objectivos, não chegam a lugar nenhum, utilizando com rara mestria o plano-sequência.
Continuando a parafrasear Luís Miguel Oliveira, "um dos últimos grandes estetas do plano-sequência, do plano longo e coreografado, "gramática" a que talvez não seja estranha a influência de cineastas do leste europeu". Assim sendo, em Angelopoulos pode ver-se um cinema mais oriental que ocidental, "como que exprimindo as fronteiras geográficas e culturais da Grécia".
Morreu há dois dias, perto de Atenas, vítima de atropelamento. Estava a rodar O Outro Mar...
LG
Filmografia para Cinema:
Peripeteies Me Tous Forminx, 1965
Ekpombi, 1968
Anaparastasi, 1970
Meres Tou '36, 1972
O Thiasos, 1975
Oi Kynigoi, 1977
O Megalexandros, 1980
Taxidi Sta Kythira, 1984
O Melissokomos, 1986
Topio Stin Omichli, 1988
To Meteoro Vima Tou Pelargou (O Passo Suspenso da Cegonha), 1991
To Vlema Tou Odyssea (O Olhar de Ulisses), 1995
Lumière et Compagnie, 1995
Mia Aioniotita Kai Mia Mera (A Eternidade e Um Dia), 1998
Trilogia: To Livadi Pou Dakryzei, 2004
Chacun Son Cinéma, segmento "Ce Petit Coup au Coeur Quand la Lumière s'Éteint et que le Film Commence", 2007
Mundo Invisível, segmento "Céu Inferior", 2011
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