Assim acontece!
Depois do annus horribilis que teve início com a ausência das Mostras em 2012, em que se optou por mergulhar Tavira e a oferta cultural de Verão em algo diferente, diriamos nós, incompleto, eis que o mais significativo evento estival volta à cidade do Gilão.
Às vezes é preciso que se demonstre, pela ausência, aquilo que realmente importa e é significativo na vida, ou seja, neste contexto, como as Mostras que o Cineclube de Tavira organiza (e que a Câmara Municipal entendeu não apoiar em 2012) são importantes no Verão em Tavira...
Tudo está pronto. No dia 5 de Julho cartazes, programas/catálogos, banners e demais publicidade e informação começarão a dar sinal por toda a região e meios de comunicação social.
Façamos então votos para que a edilidade processe a verba prometida e acertada, da qual ainda não há sinal. Sinal, apenas o do espaço do costume, o pátio do Convento do Carmo, que mudará uma vez mais de aspecto para vos receber, fruto de uma decoração que nem sempre é entendida ou credibilizada. Porém, consiste no transformar um espaço de pátio fechado, de branco e despido, num extraordinário ambiente de luz, música, boa disposição e, claro, bom cinema.
No programa da Mostra de Cinema Europeu, a ter lugar de 12 a 22 de Julho, que pode ser consultado em http://www.cineclube-tavira.com/site/index.php option=com_content&task=view&id=26&Itemid=1, sobressaiem os incontornáveis Lasse Hallström, Aki Kaurismäki, Thomas Vinterberg e Michael Haneke. Mas não podemos deixar de saudar um conjunto de seis curtas-metragens onde a criação portuguesa dos últimos anos é posta em evidência. Seria também inevitável programar The Artist de Michel Hazanavicius, o que acontece igualmente com Tabu de Miguel Gomes que, amado por uns, odiado por outros, não deixa de ser uma homenagem à 7ª Arte, que uma África idealizada por muitos que regressaram empresta o pano de fundo.
Porém, o grande filme da Mostra é Les Enfants du Paradis, do longínquo ano de 1945, realizado por Marcel Carné, uma chef d'ouevre do chamado Realismo Poético Francês. Um belíssimo e longo fresco sobre a arte, sobre o teatro, sobre a vida, que fecha o primeiro fôlego do Cinema de Verão em Tavira.
Mas será apenas uma respiração no diálogo com o público, pois de 2 a 12 de Agosto, terá lugar a Mostra de Cinema Não Europeu. Diálogo esse que se pretende mais intenso e positivo, e que levou o Cineclube a criar um "prémio do público", o qual terá oportunidade de se manifestar com voto e classificação após cada filme.
Previsões? Só no fim, como alguém diria. Certezas só uma. A de bom acolhimento, bom ambiente e bom cinema a quem aparecer no Convento do Carmo, de 12 a 22 de Julho, pelas 21:30h.
Até breve, portanto!
LG
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