Era inevitável. Mais cedo ou mais tarde, na senda desse filão de argumentos chamado Banda Desenhada, Tintim tinha que chegar à tela, ainda que este projecto tenha estado em maturação durante quase vinte anos, e ainda que haja anteriores adaptações.
Steven Spielberg e Peter Jackson, cineastas que dispensam apresentações, tecnicamente exigentes e irrepreensíveis, assinam uma obra cinematográfica muito especial. A tecnologia motion-capture, de que vimos Gollum da saga Lord of the Rings e King Kong, permite hoje a animação digital das personagens do mundo do jovem jornalista belga.
E a verdade é esta: a riqueza do filme - para o blog um maravilhoso filme de aventuras - está no compromisso entre os traços bidimensionais da BD e a tridimensionalidade que o digital permite, humanizando as figuras sem escapar ao tão falado "espírito da série". Este espírito, claro está, faz de Tintim um fenómeno intemporal de aventuras para consumir "dos 7 aos 77 anos".
E a verdade é esta: a riqueza do filme - para o blog um maravilhoso filme de aventuras - está no compromisso entre os traços bidimensionais da BD e a tridimensionalidade que o digital permite, humanizando as figuras sem escapar ao tão falado "espírito da série". Este espírito, claro está, faz de Tintim um fenómeno intemporal de aventuras para consumir "dos 7 aos 77 anos".
O livro O Segredo do Licorne é uma história que se completa com O Tesouro de Rackham o Terrível, habilmente condensadas e adaptadas à Sétima Arte, com muitos elementos de um outro livro, anterior, que tem por título O Caranguejo das Tenazes de Ouro, além de muitas piscadelas de olho a várias outras aventuras. Tintim, Milú, Dupont e Dupond, Castafiore e o incontornável Haddock do também incontornável Andy Serkis, habituée nestas coisas do motion-capture. Todos humanizados, tridimensionais e fiéis às caracterizações livrescas, física e psicologicamente.
The Adventures of Tintin: The Secret of the Unicorn arrisca-se a ser um caso muito sério de popularidade, que promete não se esgotar antes de vários livros adaptados ao cinema por Peter Jackson, segundo o que está estipulado.
Mas muito mais do que isso, o espírito Tintim sempre transportou consigo - e agora para as grandes massas consumidoras - o espírito de um herói terra-a-terra, sem poderes nem poções, com uma profissão, e que resolve problemas e vence criminosos com as mais poderosas armas do mundo: a inteligência e o bom senso.
Assim sendo, não sejamos detractores deste filme só porque se trata de cinema norte-americano, de efeitos especiais e de Steven Spielberg, pois este é um filme para todo o mundo. Para todos os povos. Para toda a humanidade.
Resta agradecer ao internacional triunvirato (uma palavra portuguesa para troika, imagine-se) composto pelo americano Spielberg, pelo neo-zelandês Jackson e pelo belga Georges Remy, aliás Hergé.
LG
Outras adaptações:
1961 - Tintin et la Mystère de la Toison d'Or
1964 - Tintin et les Oranges Bleues
1969 - Tintin et le Temple du Soleil (animação)
1972 - Tintin et le Lac aux Requins (animação)
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