O blog foi a Tavira e esteve na projecção de Birdwatchers - La Terra degli Uomini Rossi, juntamente com mais… 7 pessoas. Seria fácil dizer que todos os outros não sabem o que perderam, mas a verdade é que o caso é exactamente o inverso. Numa noite chuvosa que não convidava a sair de casa, o filme de Marco Bechis teve um efeito desconsolador para quem imaginava ir ver contar uma boa história sobre índios revoltados contra a regra cara-pálida das reservas.
A infelicidade bate à porta da tribo quando o aprendiz de pajé se envolve com a filha do fazendeiro, preocupado este em eliminar a presença nativa que invadiu (ou retomou) uns metros quadrados dos seus terrenos, e que por acaso é casado com uma organizadora de expedições para observação de pássaros. História com potencial? Sim, mas seria preciso uma outra direcção de actores e uma realização segura que conhecesse profundamente a situação dos índios da tribo guarani-kaiowá.
104 minutos que completaram este dia do cineclube, dia esse que pôs termo ao extraordinário efeito da água da chuva a correr pela parede do quadro eléctrico do cine-teatro. Numa altura em que corre a notícia de que talvez – para já é apenas uma possibilidade – o imóvel não vá ser demolido para outro nascer, mas sim reabilitado; a Câmara Municipal dá mostras de se preocupar com o seu património para as artes performativas (ainda bem, pois custou 270 mil contos em moeda antiga) e fez deslocar ao telhado do cine-teatro três técnicos qualificados que sabiamente ajustaram um algeroz…
O episódio permitiu ao blog a visita a áreas normalmente inacessíveis e, para quem por essas coisas se interessa, como nós, ficam imagens de um dos camarins, da teia e do telhado, não de zinco quente nem com gatos como no filme de Richard Brooks (1), mas também sem ninhos nem pássaros, tal como não os há em Birdwatchers, filme italo-brasileiro de 2008 que passou em Tavira numa noite chuvosa.
A propósito de chuva, recordámos entre outros o filme de Mira Nair Monsoon Wedding, que veio à memória debaixo de uma “monção” de música debitada pela banda que tocava “só em inglês”, e onde Gordon “Sting” Summers dominou a actuação. Na falta de cinema, houve pipas de música. Aliás, meias-pipas. Perdoem-nos o parágrafo com que fechamos, pois muito poucos – muito poucos mesmo – podem entender. Mas não resistimos…
LG
(1) Cat On a Hot Thin Roof, Richard Brooks, 1958
A infelicidade bate à porta da tribo quando o aprendiz de pajé se envolve com a filha do fazendeiro, preocupado este em eliminar a presença nativa que invadiu (ou retomou) uns metros quadrados dos seus terrenos, e que por acaso é casado com uma organizadora de expedições para observação de pássaros. História com potencial? Sim, mas seria preciso uma outra direcção de actores e uma realização segura que conhecesse profundamente a situação dos índios da tribo guarani-kaiowá.
104 minutos que completaram este dia do cineclube, dia esse que pôs termo ao extraordinário efeito da água da chuva a correr pela parede do quadro eléctrico do cine-teatro. Numa altura em que corre a notícia de que talvez – para já é apenas uma possibilidade – o imóvel não vá ser demolido para outro nascer, mas sim reabilitado; a Câmara Municipal dá mostras de se preocupar com o seu património para as artes performativas (ainda bem, pois custou 270 mil contos em moeda antiga) e fez deslocar ao telhado do cine-teatro três técnicos qualificados que sabiamente ajustaram um algeroz…
O episódio permitiu ao blog a visita a áreas normalmente inacessíveis e, para quem por essas coisas se interessa, como nós, ficam imagens de um dos camarins, da teia e do telhado, não de zinco quente nem com gatos como no filme de Richard Brooks (1), mas também sem ninhos nem pássaros, tal como não os há em Birdwatchers, filme italo-brasileiro de 2008 que passou em Tavira numa noite chuvosa.
A propósito de chuva, recordámos entre outros o filme de Mira Nair Monsoon Wedding, que veio à memória debaixo de uma “monção” de música debitada pela banda que tocava “só em inglês”, e onde Gordon “Sting” Summers dominou a actuação. Na falta de cinema, houve pipas de música. Aliás, meias-pipas. Perdoem-nos o parágrafo com que fechamos, pois muito poucos – muito poucos mesmo – podem entender. Mas não resistimos…
LG
(1) Cat On a Hot Thin Roof, Richard Brooks, 1958
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