As influências de obra para obra, podem por vezes originar mais do que um sucedâneo. Outras, mais não são que um exercício de cinema. Para tirar dúvidas, nada como vêr Arte. A nossa - a 7ª - e a nossa - a portuguesa -, com um abraço de co-produção ao país-irmão, dá de rompante novo filme de Leonel Vieira que, recordemos, andou há uns anos pela floresta amazónica para rodar A Selva, adaptado de Ferreira de Castro.
A influência é claramente - a imprensa é unânime - Quentin Tarantino. Dois bandidos de bairro que vivem de biscates ilícitos vão ter por missão o roubo de uma tela de, imagine-se, Van Gogh, cujo acto tem uma inesperada coincidência. Se formos audaciosos, etiquetamos este filme como road-movie, com vários ingredientes que caracterizam o género... Bom, à escala do cinema português. Mas a coragem e o esforço de Leonel Vieira são meritórios, pois encaixar o universo de Tarantino no espaço físico português não parece fácil.
Ao lado de Ivo Canelas - sem dúvida um actor em ascensão - está Enrique Arce, ambos de cinto "westerniano" e óculos escuros, aos tiros pelo Alentejo. Flora Martinez e a inevitável Soraia Chaves marcam a presença do sexo frágil (ou nem por isso, como em Tarantino). Confesso que a minha principal curiosidade está no desempenho de Nicolau Breyner que compõe um sinistro mordomo.
Uma palavra para a música. O madeirense Nuno Malo tem mão firme neste trabalho. Depois da banda sonora de Amália - O Filme, entrega-se á herança de Pulp Fiction e às suas notas de música surf, apimentada com um cheirinho a Ennio Morricone (mas só um cheirinho...) dos western spaghetti, cozinhando uma partitura surpreendente.
Esta semana, no seu Cine-Clube!
A influência é claramente - a imprensa é unânime - Quentin Tarantino. Dois bandidos de bairro que vivem de biscates ilícitos vão ter por missão o roubo de uma tela de, imagine-se, Van Gogh, cujo acto tem uma inesperada coincidência. Se formos audaciosos, etiquetamos este filme como road-movie, com vários ingredientes que caracterizam o género... Bom, à escala do cinema português. Mas a coragem e o esforço de Leonel Vieira são meritórios, pois encaixar o universo de Tarantino no espaço físico português não parece fácil.
Ao lado de Ivo Canelas - sem dúvida um actor em ascensão - está Enrique Arce, ambos de cinto "westerniano" e óculos escuros, aos tiros pelo Alentejo. Flora Martinez e a inevitável Soraia Chaves marcam a presença do sexo frágil (ou nem por isso, como em Tarantino). Confesso que a minha principal curiosidade está no desempenho de Nicolau Breyner que compõe um sinistro mordomo.
Uma palavra para a música. O madeirense Nuno Malo tem mão firme neste trabalho. Depois da banda sonora de Amália - O Filme, entrega-se á herança de Pulp Fiction e às suas notas de música surf, apimentada com um cheirinho a Ennio Morricone (mas só um cheirinho...) dos western spaghetti, cozinhando uma partitura surpreendente.
Esta semana, no seu Cine-Clube!
LG
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